A cirurgia robótica em tumores colorretais

A cirurgia robótica em tumores colorretais

Um papo com Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo

Cirurgia robótica, grande aliada contra o câncer colorretal.

Também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso, o câncer colorretal é, no Brasil, o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres. O Inca projeta cerca de 17 mil novos casos em homens e 18 mil em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019.

Para entender melhor a cirurgia robótica, eis uma conversa com Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center.

A indicação da cirurgia robótica depende da localização do tumor e do estágio da doença?
Depende mais da localização do tumor, do gênero e do perfil nutricional. Indicamos a cirurgia robótica preferencialmente para tumores localizados no reto, em homens e pessoas com sobrepeso ou obesas. Ou seja, em situações onde a videolaparoscopia se torna mais difícil. Com relação ao estágio da doença, temos ampliado o uso do robô mesmo para os tumores localmente avançados.

Vamos falar das vantagens: ela é minimamente invasiva? 
É uma técnica minimamente invasiva, com as mesmas vantagens da videolaparoscopia. Em situações tecnicamente mais difíceis, como as citadas acima, o uso da tecnologia instrumental mais avançada do robô diminui a dificuldade técnica, comparada à laparoscopia convencional. Isso diminui o risco de conversão para a cirurgia aberta e reduz o risco de complicações, nessas situações de maior dificuldade.

Dá para dizer que ela preserva mais músculos/órgãos?
Não. Ela diminui riscos em casos mais difíceis, mas não podemos apontar como fator de maior preservação de órgãos.

O tempo no hospital é menor após uma cirurgia robótica?
É similar ao da laparoscopia e muito menor do que nas cirurgias abertas. A diferença é que, nos casos mais difíceis, onde em razão da dificuldade, optaríamos pela cirurgia aberta em vez da laparoscópica; com o robô, mantemos a abordagem minimamente invasiva.

Dá pra dizer que a cirurgia com o robô tem se mostrado uma melhor alternativa para pacientes com sobrepeso de ambos os sexos?
Sem dúvida.

Ela também é mais precisa quando se opera uma região próxima ao ânus, por exemplo?
Isso também é verdadeiro. Resumidamente, podemos dizer que o robô ampliou as vantagens da abordagem minimamente invasiva para situações onde a videolaparoscopia se torna muito difícil. Em situações onde antes já optávamos por contraindicar a laparoscopia e fazer por via aberta, agora indicamos por via robótica.

O A.C.Camargo dispõe de quantos robôs? Eles têm nome? Seus diferenciais são ter câmera tridimensional, instrumentação articulada, três braços de trabalho e interface computadorizada?
Isso mesmo. Temos dois robôs operando regularmente. Os modelos são da geração Da Vinci Si. 

Quantas cirurgias robóticas já foram feitas no A.C.Camargo Cancer Center? Quando elas começaram?
Para câncer colorretal, começamos em 2013. Estamos chegando a 200 cirurgias colorretais robóticas. É uma das maiores experiências da América Latina (talvez a maior). 

Um papo com Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo

Cirurgia robótica, grande aliada contra o câncer colorretal.

Também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso, o câncer colorretal é, no Brasil, o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres. O Inca projeta cerca de 17 mil novos casos em homens e 18 mil em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019.

Para entender melhor a cirurgia robótica, eis uma conversa com Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Núcleo de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center.

A indicação da cirurgia robótica depende da localização do tumor e do estágio da doença?
Depende mais da localização do tumor, do gênero e do perfil nutricional. Indicamos a cirurgia robótica preferencialmente para tumores localizados no reto, em homens e pessoas com sobrepeso ou obesas. Ou seja, em situações onde a videolaparoscopia se torna mais difícil. Com relação ao estágio da doença, temos ampliado o uso do robô mesmo para os tumores localmente avançados.

Vamos falar das vantagens: ela é minimamente invasiva? 
É uma técnica minimamente invasiva, com as mesmas vantagens da videolaparoscopia. Em situações tecnicamente mais difíceis, como as citadas acima, o uso da tecnologia instrumental mais avançada do robô diminui a dificuldade técnica, comparada à laparoscopia convencional. Isso diminui o risco de conversão para a cirurgia aberta e reduz o risco de complicações, nessas situações de maior dificuldade.

Dá para dizer que ela preserva mais músculos/órgãos?
Não. Ela diminui riscos em casos mais difíceis, mas não podemos apontar como fator de maior preservação de órgãos.

O tempo no hospital é menor após uma cirurgia robótica?
É similar ao da laparoscopia e muito menor do que nas cirurgias abertas. A diferença é que, nos casos mais difíceis, onde em razão da dificuldade, optaríamos pela cirurgia aberta em vez da laparoscópica; com o robô, mantemos a abordagem minimamente invasiva.

Dá pra dizer que a cirurgia com o robô tem se mostrado uma melhor alternativa para pacientes com sobrepeso de ambos os sexos?
Sem dúvida.

Ela também é mais precisa quando se opera uma região próxima ao ânus, por exemplo?
Isso também é verdadeiro. Resumidamente, podemos dizer que o robô ampliou as vantagens da abordagem minimamente invasiva para situações onde a videolaparoscopia se torna muito difícil. Em situações onde antes já optávamos por contraindicar a laparoscopia e fazer por via aberta, agora indicamos por via robótica.

O A.C.Camargo dispõe de quantos robôs? Eles têm nome? Seus diferenciais são ter câmera tridimensional, instrumentação articulada, três braços de trabalho e interface computadorizada?
Isso mesmo. Temos dois robôs operando regularmente. Os modelos são da geração Da Vinci Si. 

Quantas cirurgias robóticas já foram feitas no A.C.Camargo Cancer Center? Quando elas começaram?
Para câncer colorretal, começamos em 2013. Estamos chegando a 200 cirurgias colorretais robóticas. É uma das maiores experiências da América Latina (talvez a maior).