A mamografia e o tumor de intervalo: entenda a relação

A mamografia e o tumor de intervalo: entenda a relação

Para comemorar o Dia Nacional da Mamografia, entenda como este exame pode salvar vidas e ser adequado em alguns casos para reduzir as possibilidades de um tumor que aparece entre mamografias
 

Em 5 de fevereiro, comemoramos o Dia Nacional da Mamografia. Esta data precisa mesmo ser comemorada, pois a mamografia é o exame capaz de diagnosticar o câncer de mama em seus estágios iniciais e salvar vidas de mulheres.

O câncer de mama está em primeiro lugar em incidência em mulheres no mundo, com 2,26 milhões de novos casos em 2020. Para 2040, a expectativa é que esse número cresça para 3,19 milhões. A boa notícia é que o câncer de mama tem cura, pois a mamografia é capaz de detectar precocemente lesões muito pequenas ou pré-malignas, aumentando as chances de cura para cerca de 95%.  

Mas, e quando a mamografia não detecta um tumor e a mulher descobre que tem um câncer algum tempo depois?

Tumor de intervalo

Por definição, tumor de intervalo é o câncer de mama que é diagnosticado no período entre mamografias em um local com rastreamento organizado. Como existem no mundo algumas recomendações para periodicidade de rastreamento diferentes, essa própria definição pode variar a cada caso. 

Por exemplo, no Brasil, temos recomendação de mamografia anual pela Sociedade Brasileira de Mastologia e bianual pelo Ministério da Saúde. Se uma paciente faz rastreamento anual, o tumor de intervalo é aquele que aparece em um período menor que 12 meses (entre mamografias). Se a paciente faz rastreamento bianual, o tumor de intervalo é o que aparece em um período menor que 24 meses (entre mamografias). 

Porém, os tumores de intervalo são incomuns e acontecem em torno de 0,5 a 1,2 casos por cada 1.000 mamografias realizadas, conforme dados internacionais.

Os tumores de intervalo podem ser classificados como verdadeiros, como sinais mínimos ou como falso-negativo prévio. O verdadeiro é um tumor que estava realmente ausente na mamografia anterior e desenvolveu-se inteiramente no intervalo entre mamografias. Os do tipo sinais mínimos e falsos-negativos já apresentavam indícios mamográficos de sua presença, mas não foram diagnosticados na época do primeiro exame.

Pacientes com maiores chances de ter um tumor de intervalo

Os tumores de intervalo verdadeiros podem acontecer mais em mulheres com síndromes genéticas de predisposição hereditária ao câncer. Essas pacientes tendem a ser mais jovens, com histórico familiar rico em câncer de mama e tumores com padrão de crescimento mais rápido que o habitual.

Nestes casos específicos, existem condutas que podem ajudar a reduzir as chances de um tumor de intervalo. Principalmente para as mulheres com síndromes genéticas de predisposição hereditária ao câncer, é importante diminuir o intervalo dos exames de anual para semestral e adicionar a ressonância magnética de mamas.

Mamografia e autoconhecimento salvam vidas

A mamografia é a principal arma na luta contra o câncer de mama. Mas não a única. A periodicidade da consulta com o mastologista, o exame físico e os complementares (ultrassom e ressonância magnética) e o autoconhecimento são essenciais nesse processo. Se tudo isso for bem feito, as chances de cura, independentemente do tamanho do tumor no momento do diagnóstico, são muito altas.

Quando fazer a mamografia

A mamografia, como forma de rastreamento do câncer, é indicada anualmente para mulheres acima dos 40 anos, como recomendação da nossa Instituição e da Sociedade Brasileira de Mastologia. O Ministério da Saúde recomenda a cada dois anos entre os 50 e 69 anos. 

Abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser indicada para mulheres com suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico, em caso de nódulos palpáveis e se o médico determinar essa necessidade.

Em caso de mamas muito densas, o médico poderá solicitar exames complementares, como o ultrassom. Em nossa Instituição, em caso de mama densa, é parte do protocolo fazer o ultrassom complementar de rotina.

Fonte: A.C Camargo

Para comemorar o Dia Nacional da Mamografia, entenda como este exame pode salvar vidas e ser adequado em alguns casos para reduzir as possibilidades de um tumor que aparece entre mamografias
 

Em 5 de fevereiro, comemoramos o Dia Nacional da Mamografia. Esta data precisa mesmo ser comemorada, pois a mamografia é o exame capaz de diagnosticar o câncer de mama em seus estágios iniciais e salvar vidas de mulheres.

O câncer de mama está em primeiro lugar em incidência em mulheres no mundo, com 2,26 milhões de novos casos em 2020. Para 2040, a expectativa é que esse número cresça para 3,19 milhões. A boa notícia é que o câncer de mama tem cura, pois a mamografia é capaz de detectar precocemente lesões muito pequenas ou pré-malignas, aumentando as chances de cura para cerca de 95%.  

Mas, e quando a mamografia não detecta um tumor e a mulher descobre que tem um câncer algum tempo depois?

Tumor de intervalo

Por definição, tumor de intervalo é o câncer de mama que é diagnosticado no período entre mamografias em um local com rastreamento organizado. Como existem no mundo algumas recomendações para periodicidade de rastreamento diferentes, essa própria definição pode variar a cada caso. 

Por exemplo, no Brasil, temos recomendação de mamografia anual pela Sociedade Brasileira de Mastologia e bianual pelo Ministério da Saúde. Se uma paciente faz rastreamento anual, o tumor de intervalo é aquele que aparece em um período menor que 12 meses (entre mamografias). Se a paciente faz rastreamento bianual, o tumor de intervalo é o que aparece em um período menor que 24 meses (entre mamografias). 

Porém, os tumores de intervalo são incomuns e acontecem em torno de 0,5 a 1,2 casos por cada 1.000 mamografias realizadas, conforme dados internacionais.

Os tumores de intervalo podem ser classificados como verdadeiros, como sinais mínimos ou como falso-negativo prévio. O verdadeiro é um tumor que estava realmente ausente na mamografia anterior e desenvolveu-se inteiramente no intervalo entre mamografias. Os do tipo sinais mínimos e falsos-negativos já apresentavam indícios mamográficos de sua presença, mas não foram diagnosticados na época do primeiro exame.

Pacientes com maiores chances de ter um tumor de intervalo

Os tumores de intervalo verdadeiros podem acontecer mais em mulheres com síndromes genéticas de predisposição hereditária ao câncer. Essas pacientes tendem a ser mais jovens, com histórico familiar rico em câncer de mama e tumores com padrão de crescimento mais rápido que o habitual.

Nestes casos específicos, existem condutas que podem ajudar a reduzir as chances de um tumor de intervalo. Principalmente para as mulheres com síndromes genéticas de predisposição hereditária ao câncer, é importante diminuir o intervalo dos exames de anual para semestral e adicionar a ressonância magnética de mamas.

Mamografia e autoconhecimento salvam vidas

A mamografia é a principal arma na luta contra o câncer de mama. Mas não a única. A periodicidade da consulta com o mastologista, o exame físico e os complementares (ultrassom e ressonância magnética) e o autoconhecimento são essenciais nesse processo. Se tudo isso for bem feito, as chances de cura, independentemente do tamanho do tumor no momento do diagnóstico, são muito altas.

Quando fazer a mamografia

A mamografia, como forma de rastreamento do câncer, é indicada anualmente para mulheres acima dos 40 anos, como recomendação da nossa Instituição e da Sociedade Brasileira de Mastologia. O Ministério da Saúde recomenda a cada dois anos entre os 50 e 69 anos. 

Abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser indicada para mulheres com suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico, em caso de nódulos palpáveis e se o médico determinar essa necessidade.

Em caso de mamas muito densas, o médico poderá solicitar exames complementares, como o ultrassom. Em nossa Instituição, em caso de mama densa, é parte do protocolo fazer o ultrassom complementar de rotina.

Fonte: A.C Camargo