Câncer de próstata: o momento de vencer esta doença
O câncer de próstata é o tumor mais frequente em homens no Brasil, comprometendo uma em cada seis homens acima dos 50 anos de idade, totalizando por ano cerca de 70 mil novos casos e 14 mil mortes. A boa notícia é que o diagnóstico e o tratamento desta doença foram substancialmente melhorados nos últimos anos.
Nos dias atuais, cresce o número de casos diagnosticados em fases iniciais e, consequentemente, as chances de cura dos portadores dessa doença. Porém, mesmo em casos mais avançados, existem hoje possiblidades terapêuticas de controle mais eficazes e duradouras, às custas de aceitáveis efeitos colaterais.
Nos casos de doença precoce, testes genéticos, em conjunto com o melhor entendimento das características do tumor, permitem discriminar pacientes que podem, com segurança, ser somente seguidos sem a necessidade de tratamentos imediatos. A estratégia de postergar o tratamento, ou eventualmente nunca ter quer realizá-lo, quando bem indicada, pode chegar a chances de sucesso em 15 anos acima de 99%.
Para aqueles em que o tratamento é indicado, as técnicas cirúrgicas e radioterápicas vêm se tornando cada vez menos invasivas e mais precisas. Como resultado, as taxas de cura em pacientes com doença precoce podem chegar até a 98%.
Para pacientes com doença avançada, existem hoje seis novas medicações que mudaram a maneira de tratar a doença além de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes: os hormônios administrados por via oral (abiraterona e enzalutamida); a droga radioativa radium-223, que através de sua capacidade de “grudar” no osso e “envenenar” o tumor com radiação; o quimioterápico cabazitaxel e o sipuleucel-T, uma vacina ainda não disponível no Brasil.
Assim, a combinação de esquemas terapêuticos já consagrados aliado à essas novas drogas permitem antever um futuro menos sombrio para os portadores de câncer de próstata avançado, permitindo que estes sejam tratados como portadores de doenças crônicas, tais como diabetes e insuficiência cardíaca, por exemplo.
Infelizmente, em nosso país estes avanços e benefícios estão restritos a apenas uma pequena parcela da população-alvo. O diagnóstico precoce é conseguido através de rastreamento anual após os 50 anos de idade, e consiste de toque retal e dosagem de PSA.
Em virtude da falta de rastreamento em alta escala, o risco relativo de morte por câncer de próstata no Brasil é de pelo menos duas vezes maior do que nos Estados Unidos em decorrência de maior percentual de diagnósticos tardios, gerando sofrimento e custos desnecessários.
Números ainda mais alarmantes, em termos de menores chances de cura, assolam pacientes tratados no SUS e aqueles de raça negra. Talvez esse quadro se modifique nos próximos anos caso seja aplicada a lei 13045, sancionada no ano passado, que obriga o SUS a oferecer os exames para diagnóstico precoce.
Paralelamente, campanhas como o Novembro Azul vêm tentando sensibilizar o homem brasileiro, incentivando-o a ir ao médico de forma regular, não somente para diagnosticar o câncer de próstata, mas também outras doenças tão comuns com hipertensão arterial, diabetes, e elevação do colesterol.
Contudo, é premente que seja ampliado o número de centros de referências especializados para os tratamentos cirúrgicos e radioterápicos, a fim de se evitar atrasos que possam impactar negativamente na evolução dos pacientes.
A médio prazo, o câncer de próstata pode ser superado pela maioria dos brasileiros por ele acometidos. Para tanto, é necessário por parte dos homens, o conhecimento do risco que correm e, por parte de nossas autoridades, a expansão dos exames preventivos e de centros de atendimento que permitam agilizar o tratamento, com qualidade, dos portadores desse tumor. Sim, é possível modificar a cor cinza do horizonte para um novo azul de esperança.
Fonte: jornal Folha de S. Paulo
O câncer de próstata é o tumor mais frequente em homens no Brasil, comprometendo uma em cada seis homens acima dos 50 anos de idade, totalizando por ano cerca de 70 mil novos casos e 14 mil mortes. A boa notícia é que o diagnóstico e o tratamento desta doença foram substancialmente melhorados nos últimos anos.
Nos dias atuais, cresce o número de casos diagnosticados em fases iniciais e, consequentemente, as chances de cura dos portadores dessa doença. Porém, mesmo em casos mais avançados, existem hoje possiblidades terapêuticas de controle mais eficazes e duradouras, às custas de aceitáveis efeitos colaterais.
Nos casos de doença precoce, testes genéticos, em conjunto com o melhor entendimento das características do tumor, permitem discriminar pacientes que podem, com segurança, ser somente seguidos sem a necessidade de tratamentos imediatos. A estratégia de postergar o tratamento, ou eventualmente nunca ter quer realizá-lo, quando bem indicada, pode chegar a chances de sucesso em 15 anos acima de 99%.
Para aqueles em que o tratamento é indicado, as técnicas cirúrgicas e radioterápicas vêm se tornando cada vez menos invasivas e mais precisas. Como resultado, as taxas de cura em pacientes com doença precoce podem chegar até a 98%.
Para pacientes com doença avançada, existem hoje seis novas medicações que mudaram a maneira de tratar a doença além de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes: os hormônios administrados por via oral (abiraterona e enzalutamida); a droga radioativa radium-223, que através de sua capacidade de “grudar” no osso e “envenenar” o tumor com radiação; o quimioterápico cabazitaxel e o sipuleucel-T, uma vacina ainda não disponível no Brasil.
Assim, a combinação de esquemas terapêuticos já consagrados aliado à essas novas drogas permitem antever um futuro menos sombrio para os portadores de câncer de próstata avançado, permitindo que estes sejam tratados como portadores de doenças crônicas, tais como diabetes e insuficiência cardíaca, por exemplo.
Infelizmente, em nosso país estes avanços e benefícios estão restritos a apenas uma pequena parcela da população-alvo. O diagnóstico precoce é conseguido através de rastreamento anual após os 50 anos de idade, e consiste de toque retal e dosagem de PSA.
Em virtude da falta de rastreamento em alta escala, o risco relativo de morte por câncer de próstata no Brasil é de pelo menos duas vezes maior do que nos Estados Unidos em decorrência de maior percentual de diagnósticos tardios, gerando sofrimento e custos desnecessários.
Números ainda mais alarmantes, em termos de menores chances de cura, assolam pacientes tratados no SUS e aqueles de raça negra. Talvez esse quadro se modifique nos próximos anos caso seja aplicada a lei 13045, sancionada no ano passado, que obriga o SUS a oferecer os exames para diagnóstico precoce.
Paralelamente, campanhas como o Novembro Azul vêm tentando sensibilizar o homem brasileiro, incentivando-o a ir ao médico de forma regular, não somente para diagnosticar o câncer de próstata, mas também outras doenças tão comuns com hipertensão arterial, diabetes, e elevação do colesterol.
Contudo, é premente que seja ampliado o número de centros de referências especializados para os tratamentos cirúrgicos e radioterápicos, a fim de se evitar atrasos que possam impactar negativamente na evolução dos pacientes.
A médio prazo, o câncer de próstata pode ser superado pela maioria dos brasileiros por ele acometidos. Para tanto, é necessário por parte dos homens, o conhecimento do risco que correm e, por parte de nossas autoridades, a expansão dos exames preventivos e de centros de atendimento que permitam agilizar o tratamento, com qualidade, dos portadores desse tumor. Sim, é possível modificar a cor cinza do horizonte para um novo azul de esperança.
Fonte: jornal Folha de S. Paulo