Câncer de reto: 3 avanços importantes no tratamento
Novidades que não apenas elevam as chances de cura, mas também melhoram a qualidade de vida dos pacientes com terapias mais personalizadas – entre elas, não operar, radioterapia com cinco sessões em vez de 30, menos idas ao hospital em tempos de Covid-19…
1. Câncer de reto: TNT no combate
Para o câncer de reto, a terapia neoadjuvante total (TNT) é uma mudança de paradigma que visa evitar, sobretudo, a progressão da doença, a amputação do reto e a colostomia definitiva.
Usualmente, pacientes com câncer de reto baixo são tratados com quimioterapia e radioterapia simultaneamente. Depois, eles ficam sem nenhum tratamento por dois meses, período em que o efeito da radioterapia continua a atingir o tumor. Em seguida, fazem a cirurgia e, depois, mais quimioterapia.
A TNT, porém, prevê esquema diferente.
“Representa um grande avanço: a gente traz a quimioterapia que era feita após a cirurgia para antes da operação, para este hiato que dura entre dois e três meses”, conta a Dra. Rachel Riechelmann, head da Oncologia Clínica do A.C.Camargo.
“A TNT se mostrou mais benéfica que o tratamento que era feito antes em termos de maior controle da doença e diminuição do risco de metástase”, complementa a médica.
Esses benefícios para os pacientes foram comprovados em dois estudos publicados em 2020, segundo o Dr. Elson Santos Neto, do Departamento de Radioterapia do A.C.Camargo.
“Um desses dois trabalhos testou um esquema de radioterapia pélvica de curso curto, cinco sessões em apenas uma semana. Essa radioterapia foi seguida de quimioterapia intensificada por alguns meses. Dessa forma, conseguimos reduzir um ciclo de 25 a 30 sessões, que representavam cinco a seis semanas de tratamento, para apenas cinco sessões de radioterapia feitas em uma semana”, comemora o Dr. Elson.
“Além da maior praticidade, em tempos de pandemia torna-se bastante desejável minimizar as vindas dos pacientes ao hospital”, acrescenta.
2. Imunoterapia
Grande avanço no tratamento do câncer nos últimos anos, a imunoterapia estimula o organismo a identificar as células tumorais e atacá-las com medicamentos que modificam a resposta imunológica – o tratamento é mais personalizado.
“Para o câncer de reto metastático, cada vez mais, a imunoterapia faz parte do arsenal de tratamento para alguns tumores que têm uma alteração molecular rara, que é a instabilidade de microssatélites e a alta carga mutacional”, afirma a Dra. Rachel Riechelmann.
Existem outros tratamentos que recentemente foram aprovados, caso das novas quimioterapias orais e anticorpos monoclonais – proteínas usadas pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar corpos estranhos, que podem ser células tumorais, bactérias e vírus.
“No A.C.Camargo, temos várias pesquisas clínicas em andamento para pacientes com câncer colorretal metastático, que incluem, inclusive, a imunoterapia”, complementa a médica.
3. Não operar, menos radioterapia
O tratamento do câncer de reto baixo é muito desafiador devido à dificuldade de se operar o paciente, garantir margens livres de tumor e, ao mesmo tempo, preservar o esfíncter anal, algo que o livra de uma colostomia definitiva.
“Muitos desses pacientes são submetidos à radioterapia pré-operatória, com ou sem quimioterapia concomitante, e uma porcentagem deles apresenta resposta tumoral completa nos exames de imagem realizados antes da cirurgia”, explica o Dr. Elson Santos Neto.
A ideia de não operar esses pacientes que são bons respondedores surgiu há alguns anos e, desde então, muitas estratégias para maximizar as chances de tratamento não operatório em tumores de reto baixo foram criadas.
Em 2020 houve a apresentação de outro estudo importante, que demonstrou que a radioterapia de curso longo (de 25 a 30 sessões em cinco ou seis semanas de tratamento) concomitante à quimioterapia, seguida de alguns ciclos de quimioterapia intensificada, apresentou um aumento importante das chances de se evitar cirurgia.
“Neste estudo, cerca de 58% dos pacientes submetidos a essa sequência de tratamento conseguiram ficar livres da cirurgia em três anos, um número expressivo se comparado ao que tínhamos antes na literatura”, analisa o Dr. Elson.
Naturalmente, esses pacientes são mantidos em seguimento oncológico rigoroso, com consultas e exames frequentes. Dessa forma, uma eventual cirurgia pode ser indicada no tempo certo, caso haja evidência de recrescimento tumoral.
Fonte: A.C Camargo
Novidades que não apenas elevam as chances de cura, mas também melhoram a qualidade de vida dos pacientes com terapias mais personalizadas – entre elas, não operar, radioterapia com cinco sessões em vez de 30, menos idas ao hospital em tempos de Covid-19…
1. Câncer de reto: TNT no combate
Para o câncer de reto, a terapia neoadjuvante total (TNT) é uma mudança de paradigma que visa evitar, sobretudo, a progressão da doença, a amputação do reto e a colostomia definitiva.
Usualmente, pacientes com câncer de reto baixo são tratados com quimioterapia e radioterapia simultaneamente. Depois, eles ficam sem nenhum tratamento por dois meses, período em que o efeito da radioterapia continua a atingir o tumor. Em seguida, fazem a cirurgia e, depois, mais quimioterapia.
A TNT, porém, prevê esquema diferente.
“Representa um grande avanço: a gente traz a quimioterapia que era feita após a cirurgia para antes da operação, para este hiato que dura entre dois e três meses”, conta a Dra. Rachel Riechelmann, head da Oncologia Clínica do A.C.Camargo.
“A TNT se mostrou mais benéfica que o tratamento que era feito antes em termos de maior controle da doença e diminuição do risco de metástase”, complementa a médica.
Esses benefícios para os pacientes foram comprovados em dois estudos publicados em 2020, segundo o Dr. Elson Santos Neto, do Departamento de Radioterapia do A.C.Camargo.
“Um desses dois trabalhos testou um esquema de radioterapia pélvica de curso curto, cinco sessões em apenas uma semana. Essa radioterapia foi seguida de quimioterapia intensificada por alguns meses. Dessa forma, conseguimos reduzir um ciclo de 25 a 30 sessões, que representavam cinco a seis semanas de tratamento, para apenas cinco sessões de radioterapia feitas em uma semana”, comemora o Dr. Elson.
“Além da maior praticidade, em tempos de pandemia torna-se bastante desejável minimizar as vindas dos pacientes ao hospital”, acrescenta.
2. Imunoterapia
Grande avanço no tratamento do câncer nos últimos anos, a imunoterapia estimula o organismo a identificar as células tumorais e atacá-las com medicamentos que modificam a resposta imunológica – o tratamento é mais personalizado.
“Para o câncer de reto metastático, cada vez mais, a imunoterapia faz parte do arsenal de tratamento para alguns tumores que têm uma alteração molecular rara, que é a instabilidade de microssatélites e a alta carga mutacional”, afirma a Dra. Rachel Riechelmann.
Existem outros tratamentos que recentemente foram aprovados, caso das novas quimioterapias orais e anticorpos monoclonais – proteínas usadas pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar corpos estranhos, que podem ser células tumorais, bactérias e vírus.
“No A.C.Camargo, temos várias pesquisas clínicas em andamento para pacientes com câncer colorretal metastático, que incluem, inclusive, a imunoterapia”, complementa a médica.
3. Não operar, menos radioterapia
O tratamento do câncer de reto baixo é muito desafiador devido à dificuldade de se operar o paciente, garantir margens livres de tumor e, ao mesmo tempo, preservar o esfíncter anal, algo que o livra de uma colostomia definitiva.
“Muitos desses pacientes são submetidos à radioterapia pré-operatória, com ou sem quimioterapia concomitante, e uma porcentagem deles apresenta resposta tumoral completa nos exames de imagem realizados antes da cirurgia”, explica o Dr. Elson Santos Neto.
A ideia de não operar esses pacientes que são bons respondedores surgiu há alguns anos e, desde então, muitas estratégias para maximizar as chances de tratamento não operatório em tumores de reto baixo foram criadas.
Em 2020 houve a apresentação de outro estudo importante, que demonstrou que a radioterapia de curso longo (de 25 a 30 sessões em cinco ou seis semanas de tratamento) concomitante à quimioterapia, seguida de alguns ciclos de quimioterapia intensificada, apresentou um aumento importante das chances de se evitar cirurgia.
“Neste estudo, cerca de 58% dos pacientes submetidos a essa sequência de tratamento conseguiram ficar livres da cirurgia em três anos, um número expressivo se comparado ao que tínhamos antes na literatura”, analisa o Dr. Elson.
Naturalmente, esses pacientes são mantidos em seguimento oncológico rigoroso, com consultas e exames frequentes. Dessa forma, uma eventual cirurgia pode ser indicada no tempo certo, caso haja evidência de recrescimento tumoral.
Fonte: A.C Camargo