Câncer de reto: pesquisa revela que protetores gástricos não afetam a eficácia da quimioterapia oral capecitabina

Câncer de reto: pesquisa revela que protetores gástricos não afetam a eficácia da quimioterapia oral capecitabina

Quando ingeridos de forma controlada, eles ajudam a proteger o paciente de um dos sintomas mais recorrentes no tratamento

 

Ocupando o segundo lugar no ranking de neoplasias mais incidentes no Brasil, o câncer colorretal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), poderá aparecer em cerca de 45.630 novos diagnósticos neste triênio (2023-2025), sendo mais recorrente em mulheres (23.660) do que em homens (21.970). 

Apesar da estimativa, as taxas de cura são muito altas quando o diagnóstico é feito de forma precoce, tendo como tratamento a cirurgia (na maioria dos casos) e também a quimioterapia e radioterapia. 

Quando a indicação segue para a quimioterapia, o medicamento mais recorrente é a capecitabina, administrada de forma oral, tendo como um dos seus principais efeitos colaterais a queimação estomacal. Por isso, em muitos casos, os pacientes optam por ingerir protetores gástricos. 

Mas, a questão é que, há anos, estes medicamentos vêm sendo apontados como detratores da eficácia desta

quimioterapia e até responsáveis por maiores chances de a doença voltar. Mas, recentemente, a pesquisa “Influence of proton pump inhibitors on the pathological response of rectal cancer: a multicentre study”, que contou com a presença da nossa head de oncologia clínica, Dra. Rachel Riechelmann, do líder do Centro de Referência de Tumores ColorretaisDr. Samuel Aguiar Jr e da Dra. Marcelle Goldner no board de pesquisadores, veio para mostrar que não é bem assim. 

“Fizemos um estudo com pacientes da América Latina que estavam tratando câncer de reto como capecitabina e radioterapia ingerindo protetores gástricos – remédios da classe do omeprazol, os chamados bloqueadores de bomba de prótons – e a nossa interpretação é de que foi seguro, não interferiu na eficácia do tratamento de quimio-radioterapia. Isto é, as taxas de cura foram semelhantes quando comparamos os grupos de pacientes que usaram ou não os protetores gástricos”, resume a Dra. Rachel.  

É importante destacar que há uso indiscriminado de protetores gástricos, por se acreditar que são drogas seguras. Porém, o uso crônico desses remédios pode levar a problemas sérios, como osteoporose e efeitos tóxicos para o fígado, além de poder interferir na eficácia de outros remédios. Assim, seu uso deve ser sempre orientado por um(a) médico(a). 

Foram 251 casos analisados, de 2007 a 2020, dezenas de médicos pesquisadores envolvidos e um resultado que impacta fortemente toda a classe oncológica e os pacientes que hoje poderão contar com mais este auxílio para amenizar os efeitos colaterais e melhorar sua qualidade de vida enquanto fazem o tratamento. 
 

Fonte: A.C Camargo

Quando ingeridos de forma controlada, eles ajudam a proteger o paciente de um dos sintomas mais recorrentes no tratamento

 

Ocupando o segundo lugar no ranking de neoplasias mais incidentes no Brasil, o câncer colorretal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), poderá aparecer em cerca de 45.630 novos diagnósticos neste triênio (2023-2025), sendo mais recorrente em mulheres (23.660) do que em homens (21.970). 

Apesar da estimativa, as taxas de cura são muito altas quando o diagnóstico é feito de forma precoce, tendo como tratamento a cirurgia (na maioria dos casos) e também a quimioterapia e radioterapia. 

Quando a indicação segue para a quimioterapia, o medicamento mais recorrente é a capecitabina, administrada de forma oral, tendo como um dos seus principais efeitos colaterais a queimação estomacal. Por isso, em muitos casos, os pacientes optam por ingerir protetores gástricos. 

Mas, a questão é que, há anos, estes medicamentos vêm sendo apontados como detratores da eficácia desta

quimioterapia e até responsáveis por maiores chances de a doença voltar. Mas, recentemente, a pesquisa “Influence of proton pump inhibitors on the pathological response of rectal cancer: a multicentre study”, que contou com a presença da nossa head de oncologia clínica, Dra. Rachel Riechelmann, do líder do Centro de Referência de Tumores ColorretaisDr. Samuel Aguiar Jr e da Dra. Marcelle Goldner no board de pesquisadores, veio para mostrar que não é bem assim. 

“Fizemos um estudo com pacientes da América Latina que estavam tratando câncer de reto como capecitabina e radioterapia ingerindo protetores gástricos – remédios da classe do omeprazol, os chamados bloqueadores de bomba de prótons – e a nossa interpretação é de que foi seguro, não interferiu na eficácia do tratamento de quimio-radioterapia. Isto é, as taxas de cura foram semelhantes quando comparamos os grupos de pacientes que usaram ou não os protetores gástricos”, resume a Dra. Rachel.  

É importante destacar que há uso indiscriminado de protetores gástricos, por se acreditar que são drogas seguras. Porém, o uso crônico desses remédios pode levar a problemas sérios, como osteoporose e efeitos tóxicos para o fígado, além de poder interferir na eficácia de outros remédios. Assim, seu uso deve ser sempre orientado por um(a) médico(a). 

Foram 251 casos analisados, de 2007 a 2020, dezenas de médicos pesquisadores envolvidos e um resultado que impacta fortemente toda a classe oncológica e os pacientes que hoje poderão contar com mais este auxílio para amenizar os efeitos colaterais e melhorar sua qualidade de vida enquanto fazem o tratamento. 
 

Fonte: A.C Camargo