Como a quimioterapia afeta os rins?
Saiba como o tratamento oncológico pode afetar os rins e como cuidar deles e identificar possíveis fatores de risco
Os avanços no tratamento oncológico e hematológico, aliados as campanhas de prevenção e ampliação no acesso a saúde oncológica nos últimos 20 anos tem levado ao aumento da sobrevida dos pacientes com câncer. Nesse período, a taxa de sobrevida de pacientes com adenocarcinomas de rim saltou de 52,6%, em 2000, para 89,3%, em 2017, de acordo com o Observatório do Câncer, estudo inédito na América Latina realizado pelo A.C.Camargo Cancer Center, que reuniu informações de 98mil pacientes tratados na instituição ao logo de duas décadas.
Aliado a estes avanços o empoderamento dos pacientes e o crescimento do conhecimento têm se tornado cada vez mais importantes para entender as possíveis complicações e riscos de curto, médio e longo prazo dos tratamentos disponíveis.
As terapias anticâncer – quimioterapias, convencional e citotóxica, terapia hormonal, terapias alvo, imunoterapias etc. – por exemplo, podem estar relacionadas a insuficiência renal e outros eventos adversos renais como a perda de proteína na urina, redução do potássio, cálcio, fosforo, magnésio e hipertensão. Por este motivo, é tão importante cuidar da saúde dos rins antes e durante o tratamento oncológico.
A insuficiência renal associada aos medicamentos quimioterápicos convencionais, por exemplo, é causada, principalmente, pela toxicidade direta da droga no rim. Essa terapia, que dispõe de ampla literatura médica sobre sua toxicidade é conhecida na prática clínica atual como cisplatina e seus derivados.
Ela possui um efeito colateral que pode atingir até 30% dos pacientes. No entanto, as lesões causadas por esse medicamento são reversíveis. Além disso, diversas pesquisas vêm sendo realizadas em todo o mundo para o desenvolvimento de medidas renoprotetoras (para proteger os rins) efetivas, assim como estudos que avaliam o risco desse agente em causar algum tipo de doença renal crônica.
Para evitar, ou reduzir, essas complicações, é importante que médico e paciente reconheçam os fatores de risco no início do tratamento como, doença renal crônica pré-existente, uso excessivo de medicamentos como omeprazol, analgesia do tipo anti-inflamatórios não esteroidais e outras comorbidades que podem estar relacionadas a problemas renais.
Também é importante que o paciente limite a automedicação e se mantenha hidratado. Além disso, reduzir o consumo de sódio (sal), não fumar, controlar o diabetes e pressão arterial são grandes aliados que podem auxiliar durante o tratamento oncológico.
Imunoterapia
De acordo com a nefrologista do A.C.Camargo, Dra. Germana Alves, a imunoterapia tem revolucionado o tratamento oncológico, no entanto, eventos adversos imuno-relacionados vêm sendo identificados, entre eles a insuficiência renal aguda. “A imunoterapia leva a um quadro de inflamação renal chamado nefrite intersticial aguda podendo ocorrer em 2% a 5% dos pacientes sendo reversível apenas com a pausa do tratamento ou com uso de corticoides”.
Nesse tipo de tratamento, diferente da terapia convencional, a insuficiência renal surge de forma tardia, em média 16 semanas após o início do tratamento se fazendo necessário o conhecimento amplo a respeito do mecanismo de toxicidade e avaliação multiprofissional na busca ativa de outros motivos para a insuficiência renal.
Terapia-alvo
As terapias-alvo, também podem levar a eventos adversos renais comuns na prática clínica como hipertensão arterial e perda de proteínas na urina. Eles podem ser controlados, em grande parte, com medicações anti-hipertensivas, principalmente classes que tenham o efeito anti-proteinúrico. A depender do grau de hipertensão e perda de proteína, o tratamento oncológico pode ser interrompido temporariamente para que ocorra a reversão do quadro.
Saiba como o tratamento oncológico pode afetar os rins e como cuidar deles e identificar possíveis fatores de risco
Os avanços no tratamento oncológico e hematológico, aliados as campanhas de prevenção e ampliação no acesso a saúde oncológica nos últimos 20 anos tem levado ao aumento da sobrevida dos pacientes com câncer. Nesse período, a taxa de sobrevida de pacientes com adenocarcinomas de rim saltou de 52,6%, em 2000, para 89,3%, em 2017, de acordo com o Observatório do Câncer, estudo inédito na América Latina realizado pelo A.C.Camargo Cancer Center, que reuniu informações de 98mil pacientes tratados na instituição ao logo de duas décadas.
Aliado a estes avanços o empoderamento dos pacientes e o crescimento do conhecimento têm se tornado cada vez mais importantes para entender as possíveis complicações e riscos de curto, médio e longo prazo dos tratamentos disponíveis.
As terapias anticâncer – quimioterapias, convencional e citotóxica, terapia hormonal, terapias alvo, imunoterapias etc. – por exemplo, podem estar relacionadas a insuficiência renal e outros eventos adversos renais como a perda de proteína na urina, redução do potássio, cálcio, fosforo, magnésio e hipertensão. Por este motivo, é tão importante cuidar da saúde dos rins antes e durante o tratamento oncológico.
A insuficiência renal associada aos medicamentos quimioterápicos convencionais, por exemplo, é causada, principalmente, pela toxicidade direta da droga no rim. Essa terapia, que dispõe de ampla literatura médica sobre sua toxicidade é conhecida na prática clínica atual como cisplatina e seus derivados.
Ela possui um efeito colateral que pode atingir até 30% dos pacientes. No entanto, as lesões causadas por esse medicamento são reversíveis. Além disso, diversas pesquisas vêm sendo realizadas em todo o mundo para o desenvolvimento de medidas renoprotetoras (para proteger os rins) efetivas, assim como estudos que avaliam o risco desse agente em causar algum tipo de doença renal crônica.
Para evitar, ou reduzir, essas complicações, é importante que médico e paciente reconheçam os fatores de risco no início do tratamento como, doença renal crônica pré-existente, uso excessivo de medicamentos como omeprazol, analgesia do tipo anti-inflamatórios não esteroidais e outras comorbidades que podem estar relacionadas a problemas renais.
Também é importante que o paciente limite a automedicação e se mantenha hidratado. Além disso, reduzir o consumo de sódio (sal), não fumar, controlar o diabetes e pressão arterial são grandes aliados que podem auxiliar durante o tratamento oncológico.
Imunoterapia
De acordo com a nefrologista do A.C.Camargo, Dra. Germana Alves, a imunoterapia tem revolucionado o tratamento oncológico, no entanto, eventos adversos imuno-relacionados vêm sendo identificados, entre eles a insuficiência renal aguda. “A imunoterapia leva a um quadro de inflamação renal chamado nefrite intersticial aguda podendo ocorrer em 2% a 5% dos pacientes sendo reversível apenas com a pausa do tratamento ou com uso de corticoides”.
Nesse tipo de tratamento, diferente da terapia convencional, a insuficiência renal surge de forma tardia, em média 16 semanas após o início do tratamento se fazendo necessário o conhecimento amplo a respeito do mecanismo de toxicidade e avaliação multiprofissional na busca ativa de outros motivos para a insuficiência renal.
Terapia-alvo
As terapias-alvo, também podem levar a eventos adversos renais comuns na prática clínica como hipertensão arterial e perda de proteínas na urina. Eles podem ser controlados, em grande parte, com medicações anti-hipertensivas, principalmente classes que tenham o efeito anti-proteinúrico. A depender do grau de hipertensão e perda de proteína, o tratamento oncológico pode ser interrompido temporariamente para que ocorra a reversão do quadro.