Equipe de Controle da Dor: aliviar a dor do paciente acometido pelo câncer é a coisa mais importante a ser feita
“A gente percebe que a nossa atuação, além de humanitária, tem como efeito tornar o ambiente hospitalar mais tranquilo, isso porque o paciente com a dor controlada ficará mais tranquilo também, o que irá resultar em menor sobrecarrega para a equipe médica, enfermagem e demais profissionais envolvidos no cuidado dele”, explica dra. Cláudia Palmeira.
“Não conseguia comer, falar, sentar e nem me mexer. Você consegue imaginar a intensidade de uma dor dessa? Não havia emoção, passarinho, flor bonita ou palavra de incentivo que aplacasse a dor que eu sentia. Foram quatro internações de 15, 15, 12 dias e a última 44 dias. Estive na UTI e passei por duas ocorrências de infecção grave, sepse segundo o diagnóstico dos médicos. O meu melanoma avançou, bem como as metástases para outras partes do corpo, como rim, pulmão e ossos. Fiquei sem chão. Achei que tudo estaria perdido e que iria morrer de tanta dor.
Mas hoje estou aqui para contar o que o Grupo de Controle da Dor do IBCC Oncologia fez por mim. Foram as intervenções da equipe que tornaram possível uma melhora muito significativa da dor para aliviar meu sofrimento. Após cada procedimento havia um desconforto inicial, mas a melhora se apresentava aos poucos.
Recebi alta após 44 dias internado e hoje estou muito melhor. Ainda tenho episódios de dor, mas são raros e incomparáveis ao que sentia. Voltei a fazer muitas coisas que não conseguia antes. Tomo meu banho, me alimento com o que gosto e o que me faz bem e acima de tudo me sinto bem para realizar as minhas atividades sem dependência.
Os profissionais do Grupo de Controle da Dor são realmente impressionantes. Estou em atendimento paliativo e me mantenho acompanhado por eles. A equipe foi um divisor de águas na minha existência”.
O metalúrgico Ricardo Aparecido Mansano, 52 anos, é um dos pacientes acompanhados pelo Grupo de Controle da Dor do IBCC Oncologia desde agosto de 2018. Foi encaminhado após passar por todo o tratamento de um melanoma – tipo de câncer que se desenvolve nas células responsáveis pela pigmentação da pele – e que posteriormente avançou com metástase muito agressiva. Ricardo também foi incluído em Cuidados Paliativos, outra especialidade terapêutica do hospital. Mesmo com o estado de saúde estabilizado, Mansano segue o atendimento ambulatorial com o Grupo para garantir que o controle da dor se mantenha.
O relato do paciente descreve o objetivo do tratamento proposto pela equipe médica especializada em controlar a dor do IBCC Oncologia. Os profissionais envolvidos atuam para que o paciente sinta alívio no sofrimento e possa completar a jornada com qualidade de vida.
O Grupo de Controle da Dor completou 12 meses em agosto com mais de 500 pacientes atendidos em 2500 consultas realizadas pelos médicos e 800 atendimentos pela enfermagem.
Composto por médicos anestesiologistas com formação na área de atuação em dor e por uma enfermeira treinada nesta área, o grupo também conta com o apoio de enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e fisioterapeutas do hospital.
Entre as opções de tratamento estão desde as farmacológicas derivadas da morfina, passando por outros medicamentos, até dispositivos como a bomba de analgesia controlada pelo paciente – que pode ser por via endovenosa ou em cateter peridural em casos pós-operatórios – até bloqueios de lesão do nervo que impedem a transmissão de informação da dor.
A coordenadora do Grupo, dra. Claudia Palmeira, relata que o controle da dor é baseado em protocolos estabelecidos por meio de estudos científicos, que mostram a melhor opção de se tratar a dor no paciente oncológico.
Palmeira explica ainda que “a dor sentida pelo paciente com câncer tem uma causa multifatorial, dependendo da localização primária do câncer, como infiltração e compressão tumoral das terminações nervosas na área do tumor até a liberação de substâncias inflamatórias pelo próprio tumor”, diz ela.
Outros aspectos da dor incluem a invasão e destruição de diversos tecidos, ossos, cartilagens, ligamentos e músculos, em caso de metástase. “Tudo isso leva o paciente a sentir dores insuportáveis. De modo que a associação da dor física intensa à sensação de vulnerabilidade que a situação provoca causa um sofrimento emocional imenso ao paciente, bem como para a família e para os profissionais envolvidos no tratamento dele” ressalta.
Para a médica “o controle da dor exige que seja quantificada a intensidade da dor, a característica desta como contínua ou em determinados períodos e os fatores desencadeantes, para que se faça um diagnóstico correto do quadro e um prognóstico de tratamento eficaz de maneira que seja minimizado ao máximo os efeitos colaterais”, observa.
Para o Grupo de Controle da Dor é extremamente importante oferecer resultados imediatos de alívio do sofrimento do paciente em pelo menos 50%. Entretanto, a dra. Claudia esclarece que os médicos do Grupo atuam também para dar uma resposta aos médicos responsáveis pelos pacientes. “A gente percebe diariamente o quanto colegas que cuidam de pessoas com câncer sofrem diante do paciente com dor. A gente entende que aliviar a dor desse ser humano acometido pelo câncer é a coisa mais importante a ser feita e além disso, a gente percebe que a nossa atuação, além de humanitária, tem como efeito tornar o ambiente hospitalar mais tranquilo, isso porque o paciente com a dor controlada ficará mais tranquilo também, o que irá resultar em menor sobrecarrega para a equipe médica, enfermagem e demais profissionais envolvidos no cuidado dele”, adverte.
Fazem parte do grupo, além da médica Claudia Palmeira, doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o médico Hazem Ashmawi, professor livre-docente da FMUSP na disciplina de Anestesiologia, os médicos especialistas em dor Leonardo Ferraz, Maria Lia Furlani, Camila Sato Campana e a enfermeira Michele Silva.
“A gente percebe que a nossa atuação, além de humanitária, tem como efeito tornar o ambiente hospitalar mais tranquilo, isso porque o paciente com a dor controlada ficará mais tranquilo também, o que irá resultar em menor sobrecarrega para a equipe médica, enfermagem e demais profissionais envolvidos no cuidado dele”, explica dra. Cláudia Palmeira.
“Não conseguia comer, falar, sentar e nem me mexer. Você consegue imaginar a intensidade de uma dor dessa? Não havia emoção, passarinho, flor bonita ou palavra de incentivo que aplacasse a dor que eu sentia. Foram quatro internações de 15, 15, 12 dias e a última 44 dias. Estive na UTI e passei por duas ocorrências de infecção grave, sepse segundo o diagnóstico dos médicos. O meu melanoma avançou, bem como as metástases para outras partes do corpo, como rim, pulmão e ossos. Fiquei sem chão. Achei que tudo estaria perdido e que iria morrer de tanta dor.
Mas hoje estou aqui para contar o que o Grupo de Controle da Dor do IBCC Oncologia fez por mim. Foram as intervenções da equipe que tornaram possível uma melhora muito significativa da dor para aliviar meu sofrimento. Após cada procedimento havia um desconforto inicial, mas a melhora se apresentava aos poucos.
Recebi alta após 44 dias internado e hoje estou muito melhor. Ainda tenho episódios de dor, mas são raros e incomparáveis ao que sentia. Voltei a fazer muitas coisas que não conseguia antes. Tomo meu banho, me alimento com o que gosto e o que me faz bem e acima de tudo me sinto bem para realizar as minhas atividades sem dependência.
Os profissionais do Grupo de Controle da Dor são realmente impressionantes. Estou em atendimento paliativo e me mantenho acompanhado por eles. A equipe foi um divisor de águas na minha existência”.
O metalúrgico Ricardo Aparecido Mansano, 52 anos, é um dos pacientes acompanhados pelo Grupo de Controle da Dor do IBCC Oncologia desde agosto de 2018. Foi encaminhado após passar por todo o tratamento de um melanoma – tipo de câncer que se desenvolve nas células responsáveis pela pigmentação da pele – e que posteriormente avançou com metástase muito agressiva. Ricardo também foi incluído em Cuidados Paliativos, outra especialidade terapêutica do hospital. Mesmo com o estado de saúde estabilizado, Mansano segue o atendimento ambulatorial com o Grupo para garantir que o controle da dor se mantenha.
O relato do paciente descreve o objetivo do tratamento proposto pela equipe médica especializada em controlar a dor do IBCC Oncologia. Os profissionais envolvidos atuam para que o paciente sinta alívio no sofrimento e possa completar a jornada com qualidade de vida.
O Grupo de Controle da Dor completou 12 meses em agosto com mais de 500 pacientes atendidos em 2500 consultas realizadas pelos médicos e 800 atendimentos pela enfermagem.
Composto por médicos anestesiologistas com formação na área de atuação em dor e por uma enfermeira treinada nesta área, o grupo também conta com o apoio de enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e fisioterapeutas do hospital.
Entre as opções de tratamento estão desde as farmacológicas derivadas da morfina, passando por outros medicamentos, até dispositivos como a bomba de analgesia controlada pelo paciente – que pode ser por via endovenosa ou em cateter peridural em casos pós-operatórios – até bloqueios de lesão do nervo que impedem a transmissão de informação da dor.
A coordenadora do Grupo, dra. Claudia Palmeira, relata que o controle da dor é baseado em protocolos estabelecidos por meio de estudos científicos, que mostram a melhor opção de se tratar a dor no paciente oncológico.
Palmeira explica ainda que “a dor sentida pelo paciente com câncer tem uma causa multifatorial, dependendo da localização primária do câncer, como infiltração e compressão tumoral das terminações nervosas na área do tumor até a liberação de substâncias inflamatórias pelo próprio tumor”, diz ela.
Outros aspectos da dor incluem a invasão e destruição de diversos tecidos, ossos, cartilagens, ligamentos e músculos, em caso de metástase. “Tudo isso leva o paciente a sentir dores insuportáveis. De modo que a associação da dor física intensa à sensação de vulnerabilidade que a situação provoca causa um sofrimento emocional imenso ao paciente, bem como para a família e para os profissionais envolvidos no tratamento dele” ressalta.
Para a médica “o controle da dor exige que seja quantificada a intensidade da dor, a característica desta como contínua ou em determinados períodos e os fatores desencadeantes, para que se faça um diagnóstico correto do quadro e um prognóstico de tratamento eficaz de maneira que seja minimizado ao máximo os efeitos colaterais”, observa.
Para o Grupo de Controle da Dor é extremamente importante oferecer resultados imediatos de alívio do sofrimento do paciente em pelo menos 50%. Entretanto, a dra. Claudia esclarece que os médicos do Grupo atuam também para dar uma resposta aos médicos responsáveis pelos pacientes. “A gente percebe diariamente o quanto colegas que cuidam de pessoas com câncer sofrem diante do paciente com dor. A gente entende que aliviar a dor desse ser humano acometido pelo câncer é a coisa mais importante a ser feita e além disso, a gente percebe que a nossa atuação, além de humanitária, tem como efeito tornar o ambiente hospitalar mais tranquilo, isso porque o paciente com a dor controlada ficará mais tranquilo também, o que irá resultar em menor sobrecarrega para a equipe médica, enfermagem e demais profissionais envolvidos no cuidado dele”, adverte.
Fazem parte do grupo, além da médica Claudia Palmeira, doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o médico Hazem Ashmawi, professor livre-docente da FMUSP na disciplina de Anestesiologia, os médicos especialistas em dor Leonardo Ferraz, Maria Lia Furlani, Camila Sato Campana e a enfermeira Michele Silva.