No mês de junho, a área da saúde volta sua atenção para a conscientização e prevenção ao câncer de pele, principalmente, o melanoma. Assim como os outros meses possuem cores, esse, recebeu a cor preta para representar o combate a doença.

O câncer de pele é o tumor mais comum no Brasil e no mundo. Costuma atingir pessoas com mais de 40 anos de idade. Sua principal causa é a exposição em excesso aos raios solares.

De acordo com o Ministério da Saúde, embora o câncer de pele seja o mais frequente no país e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão.

No Hospital do Câncer Uopeccan são realizados, diariamente, dezenas de atendimentos a pacientes com câncer de pele. Só no ano de 2022, quase cinco mil pessoas receberam tratamento, entre câncer de pele e o melanoma.

Considerando esses dados e a campanha Junho Preto, fomos conversar com a médica oncológica, Juliana Seeber Margraf, que esclareceu as principais dúvidas sobre o câncer de pele. Confira!

O que é o câncer de pele?

O câncer é conhecido como um aumento desordenado das células e isso pode acontecer em qualquer parte do corpo. A pele é o maior órgão do nosso corpo, então, algumas lesões podem ou não ser câncer. A grande maioria dos tumores só são confirmados como de fato um câncer havendo uma biópsia.

Quais são os tipos de cânceres de pele?

Existem os cânceres de pele melanoma e os não melanoma. Os não melanomas são os CEC (Carcinoma Escamocelular ou Espinocelular) e os CBC (Carcinomas Basocelulares), considerado o tipo mais comum da doença.

Também existem os Carcinomas de células de Merkel, considerado um dos tumores mais raros e que muitas vezes nem são contabilizados nas estatísticas.

E temos o melanoma, conhecido como o câncer de pele mais agressivo, que tem características próprias e que pode sim, avançar e metastatizar, isto é, espalhar para outros órgãos.

Quais são os fatores de risco para uma pessoa desenvolver a doença?

Qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas aquelas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamento com imunossupressores (medicamentos que inibem ou amenizam as ações do sistema imunológico), são as mais sensíveis ao sol. O melanoma é relacionado, principalmente, a essas condições.

Como identificar o câncer de pele?

Existe uma regra chamada A, B, C, D e E do melanoma.

A: assimetria, ou seja, antes a lesão era redondinha e de repente um lado está maior que o outro, algo ficou diferente.

B: bordos da lesão, antes eram lisos e agora, está elevado, ou seja, era plano, reto e de repente cresceu.

C: cor, alteração da cor, era uma lesão clara, depois ficou preta, roxa, mais escura e é nítida a mudança da cor daquela ferida.

D: diâmetro, a medida de uma ponta até outra. A literatura traz esse dado como o diâmetro de cerca de 5mm, ou seja, meio centímetro.

E: evolução dessas características. A lesão era pequena e cresceu, era clara e escureceu, era plana e abaulou/curvou.

São essas cinco características que nos levam a deduzir que sim, aquela lesão que antes estava “tranquila” e era benigna, agora, pode ter se transformado em um câncer de pele.

Como podemos nos proteger do câncer de pele?

Com métodos de barreira, isto é, protetor solar. Tem que passar ele pela manhã e retocar ao longo do dia. Usar chapéu, boné, roupas com mangas longas ou até aquelas que tem proteção contra os raios UVA.

Além disso, a recomendação para a prevenção do câncer de pele é evitar a exposição ao sol, principalmente nos horários em que os raios solares são mais intensos (entre 10h e 16h).

Mude também os hábitos de vida, como parar de fumar, fazer atividades físicas e ter boa alimentação. São esses fatores que vão te proteger não só do câncer de pele, mas também de outras doenças.

Uma mensagem de conscientização as pessoas!

Junho é o mês que a gente traz algumas mensagens para conscientizar contra o câncer de pele. O melanoma que é uma doença extremamente agressiva, mas tratável quando descoberta no início.

Então, é muito importante adotar medidas simples como o uso de protetor solar, roupas com proteção, bonés, chapéus e óculos de sol. Muitas pessoas pensam que no inverno não tem que se proteger, mas devemos lembrar que o sol, mesmo escondido entre as nuvens, ainda está ali.

Lembre-se: a prevenção é sempre o melhor remédio e a doença quando descoberta no início tem tratamento e cura.