O câncer de mama e sua relação com a telemedicina, a Covid-19, o ciclo de gravidez/lactação e a hereditariedade

O câncer de mama e sua relação com a telemedicina, a Covid-19, o ciclo de gravidez/lactação e a hereditariedade

Conheça novos estudos do A.C.Camargo que buscam o que há de melhor sobre o tratamento para beneficiar nossas pacientes

Câncer de mama: o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 66.280 novos casos para cada ano do triênio 2020-2022.

Com a missão de combater o câncer paciente a paciente, o A.C.Camargo conta com o Centro Internacional de Pesquisas (CIPE), que produz inúmeros estudos.

A seguir, conheça, de uma maneira objetiva, três novos trabalhos que discutem o câncer de mama: um deles sobre a gravidez, um outro sobre a Covid-19 – por meio da telemedicina – e um terceiro em relação à hereditariedade. 


A telemedicina em tempos de Covid-19

O assunto foi tema de um estudo liderado pela head do Centro de Referência em Tumores de Mama, Dra. Fabiana Makdissi, e que teve como primeira autora a Dra. Marina Sonagli, mastologista da Instituição: The Use of Telemedicine to Maintain Breast Cancer Follow-Up and Surveillance During the Covid-19 Pandemic (O Uso de Telemedicina para Manter o Acompanhamento e a Vigilância do Câncer de Mama Durante a Pandemia de Covid-19).

O objetivo: em decorrência da restrição das atividades econômicas e do distanciamento social, observou-se uma redução de 49,4% nas consultas ambulatoriais no A.C.Camargo. 

Para minimizar esse impacto no rastreamento e no acompanhamento oncológico de pacientes com câncer de mama, foram estabelecidas consultas de telemedicina, analisadas neste estudo retrospectivo com pacientes atendidas no A.C.C. entre junho e outubro de 2020. 

Das 77 pacientes que fizeram consultas via telemedicina, 36 (46,8%) foram responsáveis pelo acompanhamento do câncer de mama, 20 (26%) pelo rastreamento do câncer de mama, 10 (13%) para a avaliação de doença benigna da mama, sete (9%) para uma segunda opinião e quatro (5,2%) para orientações gerais. 

Foram pedidos exames de vigilância/acompanhamento de rotina para 45 (58,4%) pacientes, além de exames de imagem das mamas e solicitação de retorno para consulta pessoal para 30 (39%) pacientes. Duas (2,6%) pacientes foram encaminhadas para agendar uma consulta pessoal imediatamente para exame físico. 

Conclusões: a telemedicina pode ser uma alternativa viável para reduzir as consultas ambulatoriais presenciais para acompanhamento e rastreamento do câncer de mama durante a pandemia de Covid-19.


Câncer de mama e gravidez

A gravidez e a lactação são estados de intensa variação hormonal e de mudanças estruturais e secretórias no parênquima mamário. 

Essas alterações se traduzem em características importantes nos aspectos de imagem da mama, bem como podem propiciar o surgimento de lesões benignas e malignas. 

Daí surgiu esta revisão da literatura de nome Pregnancy-Lactation Cycle: How to Use Imaging Methods for Breast Evaluation (Ciclo de Gravidez-Lactação: como Usar Métodos de Imagem para Avaliação da Mama).

O trabalho teve como autor principal o Dr. Almir Bitencourt, do Departamento de Imagem do A.C.Camargo.

O objetivo: discutir a segurança da utilização dos métodos de imagem da mama (mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética) durante o ciclo gravídico-lactacional. 

E apresentar as alterações fisiológicas esperadas e os aspectos de imagem das principais doenças mamárias que podem ocorrer nesse ciclo, como galactocele, adenoma lactacional, fibroadenoma, mastites puerperais e câncer de mama relacionado à gestação.

Conclusões: é importante que os radiologistas que atuam na área da saúde da mulher conheçam essas alterações, principalmente no que se refere à avaliação das imagens das mamas, para que as variações fisiológicas não sejam mal interpretadas e as principais entidades benignas e malignas encontradas neste período sejam diagnosticadas com eficiência e precisão.


Hereditariedade

Ela foi o foco desta pesquisa internacional, que contou com a atuação da Dra. Dirce Carraro, head do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular do A.C.Camargo: Whole-Exome Sequencing of non-BRCA1/BRCA2 Mutation Carrier Cases at High-Risk for Hereditary Breast/Ovarian Cancer (Sequenciamento Completo do Exoma de Casos Portadores de Mutação Não-BRCA1/BRCA2 com Alto Risco Hereditário de Câncer de Mama/Ovário).

O objetivo: identificar novos genes de predisposição ao câncer de mama e/ou ovário. Para isso, o sequenciamento total do exoma foi realizado no DNA da linha germinal de 52 mulheres portadoras da mutação não-BRCA1/BRCA2/TP53 com alto risco hereditário de câncer de mama e ovário. 

Todas as variantes foram classificadas usando informações de bancos de dados populacionais e específicos de doenças, ferramentas de previsão (simuladas em computador) e critérios do Colégio Americano de Genética e Genômica. 

Variantes patogênicas/provavelmente patogênicas foram identificadas em genes de câncer conhecidos, como CHEK2, MUTYH, PMS2 e RAD51C.

Variantes raras e potencialmente patogênicas foram identificadas em genes de reparo de DNA (FAN1, POLQ e RAD54L) e em outros genes relacionados ao câncer, como DROSHA e SLC34A2. 

Conclusões: este é o maior estudo brasileiro de sequenciamento total do exoma envolvendo famílias de alto risco hereditário para câncer de mama e ovário.

Essa pesquisa trouxe novos insights sobre o papel de fatores de risco genéticos potencialmente novos para câncer de mama e ovário hereditários.

Fonte: A.C Camargo

Conheça novos estudos do A.C.Camargo que buscam o que há de melhor sobre o tratamento para beneficiar nossas pacientes

Câncer de mama: o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 66.280 novos casos para cada ano do triênio 2020-2022.

Com a missão de combater o câncer paciente a paciente, o A.C.Camargo conta com o Centro Internacional de Pesquisas (CIPE), que produz inúmeros estudos.

A seguir, conheça, de uma maneira objetiva, três novos trabalhos que discutem o câncer de mama: um deles sobre a gravidez, um outro sobre a Covid-19 – por meio da telemedicina – e um terceiro em relação à hereditariedade. 


A telemedicina em tempos de Covid-19

O assunto foi tema de um estudo liderado pela head do Centro de Referência em Tumores de Mama, Dra. Fabiana Makdissi, e que teve como primeira autora a Dra. Marina Sonagli, mastologista da Instituição: The Use of Telemedicine to Maintain Breast Cancer Follow-Up and Surveillance During the Covid-19 Pandemic (O Uso de Telemedicina para Manter o Acompanhamento e a Vigilância do Câncer de Mama Durante a Pandemia de Covid-19).

O objetivo: em decorrência da restrição das atividades econômicas e do distanciamento social, observou-se uma redução de 49,4% nas consultas ambulatoriais no A.C.Camargo. 

Para minimizar esse impacto no rastreamento e no acompanhamento oncológico de pacientes com câncer de mama, foram estabelecidas consultas de telemedicina, analisadas neste estudo retrospectivo com pacientes atendidas no A.C.C. entre junho e outubro de 2020. 

Das 77 pacientes que fizeram consultas via telemedicina, 36 (46,8%) foram responsáveis pelo acompanhamento do câncer de mama, 20 (26%) pelo rastreamento do câncer de mama, 10 (13%) para a avaliação de doença benigna da mama, sete (9%) para uma segunda opinião e quatro (5,2%) para orientações gerais. 

Foram pedidos exames de vigilância/acompanhamento de rotina para 45 (58,4%) pacientes, além de exames de imagem das mamas e solicitação de retorno para consulta pessoal para 30 (39%) pacientes. Duas (2,6%) pacientes foram encaminhadas para agendar uma consulta pessoal imediatamente para exame físico. 

Conclusões: a telemedicina pode ser uma alternativa viável para reduzir as consultas ambulatoriais presenciais para acompanhamento e rastreamento do câncer de mama durante a pandemia de Covid-19.


Câncer de mama e gravidez

A gravidez e a lactação são estados de intensa variação hormonal e de mudanças estruturais e secretórias no parênquima mamário. 

Essas alterações se traduzem em características importantes nos aspectos de imagem da mama, bem como podem propiciar o surgimento de lesões benignas e malignas. 

Daí surgiu esta revisão da literatura de nome Pregnancy-Lactation Cycle: How to Use Imaging Methods for Breast Evaluation (Ciclo de Gravidez-Lactação: como Usar Métodos de Imagem para Avaliação da Mama).

O trabalho teve como autor principal o Dr. Almir Bitencourt, do Departamento de Imagem do A.C.Camargo.

O objetivo: discutir a segurança da utilização dos métodos de imagem da mama (mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética) durante o ciclo gravídico-lactacional. 

E apresentar as alterações fisiológicas esperadas e os aspectos de imagem das principais doenças mamárias que podem ocorrer nesse ciclo, como galactocele, adenoma lactacional, fibroadenoma, mastites puerperais e câncer de mama relacionado à gestação.

Conclusões: é importante que os radiologistas que atuam na área da saúde da mulher conheçam essas alterações, principalmente no que se refere à avaliação das imagens das mamas, para que as variações fisiológicas não sejam mal interpretadas e as principais entidades benignas e malignas encontradas neste período sejam diagnosticadas com eficiência e precisão.


Hereditariedade

Ela foi o foco desta pesquisa internacional, que contou com a atuação da Dra. Dirce Carraro, head do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular do A.C.Camargo: Whole-Exome Sequencing of non-BRCA1/BRCA2 Mutation Carrier Cases at High-Risk for Hereditary Breast/Ovarian Cancer (Sequenciamento Completo do Exoma de Casos Portadores de Mutação Não-BRCA1/BRCA2 com Alto Risco Hereditário de Câncer de Mama/Ovário).

O objetivo: identificar novos genes de predisposição ao câncer de mama e/ou ovário. Para isso, o sequenciamento total do exoma foi realizado no DNA da linha germinal de 52 mulheres portadoras da mutação não-BRCA1/BRCA2/TP53 com alto risco hereditário de câncer de mama e ovário. 

Todas as variantes foram classificadas usando informações de bancos de dados populacionais e específicos de doenças, ferramentas de previsão (simuladas em computador) e critérios do Colégio Americano de Genética e Genômica. 

Variantes patogênicas/provavelmente patogênicas foram identificadas em genes de câncer conhecidos, como CHEK2, MUTYH, PMS2 e RAD51C.

Variantes raras e potencialmente patogênicas foram identificadas em genes de reparo de DNA (FAN1, POLQ e RAD54L) e em outros genes relacionados ao câncer, como DROSHA e SLC34A2. 

Conclusões: este é o maior estudo brasileiro de sequenciamento total do exoma envolvendo famílias de alto risco hereditário para câncer de mama e ovário.

Essa pesquisa trouxe novos insights sobre o papel de fatores de risco genéticos potencialmente novos para câncer de mama e ovário hereditários.

Fonte: A.C Camargo