Tratamento oncológico deve continuar mesmo na quarentena, alerta HAJ

Tratamento oncológico deve continuar mesmo na quarentena, alerta HAJ

Até mês passado, os corredores vazios vinham preocupando o  Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ). É que como reflexo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) houve uma queda de 30% no agendamento de consultas de 1ª vez, percentual que já se normalizou devido a uma campanha de conscientização que a unidade de saúde fez junto à imprensa. Na ocasião, cerca de 28% dos pacientes marcados não estavam comparecendo ao hospital – percentual preocupante pelo fato de que o aumento da mortalidade pela doença está diretamente ligado a demora entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico. Para não correr o risco do hospital voltar a ficar vazio, o presidente da ACCG, Claudio Cabral, alerta que o não-comparecimento pode diminuir as chances de vitória na briga contra o câncer. “Mesmo diante da determinação de quarentena a suspensão do tratamento oncológico não pode ser considerada uma opção”, defende, ao destacar que há cerca de três semanas o HAJ vem adotando medidas preventivas para proteger os pacientes que precisam se tratar, evitando a disseminação do novo coronavírus dentro das unidades de saúde. “Na intenção de evitar a aglomeração de pessoas, o ambiente foi todo preparado: as cadeiras estão bem separadas e os atendimentos foram divididos em faixas de horários ao longo do dia, garantindo que a saída do isolamento seja curta e segura, tudo dentro das recomendações”, garante Cabral. Além disso, todas as consultas de revisão periódica estão sendo reagendadas, as visitas aos pacientes internados foram suspensas e as regras para acompanhantes alteradas. Queda no movimentoMesmo assim, segundo o diretor técnico do HAJ, Roberto César Fernandes, a unidade de saúde vem sentindo uma diminuição gradativa no movimento do hospital. “Se por um lado sabemos que a população deve obedecer à quarentena, ficando em casa e se protegendo do vírus, é preciso alertar que, na luta contra o câncer, todo minuto conta. Uma única sessão de quimioterapia ou de radioterapia pode fazer diferença para o sucesso do tratamento, na busca pela cura da doença”, alerta. Fernandes ressalta que o foco do corpo clínico do HAJ são as pessoas em tratamento, sejam aquelas que estão iniciando ou as que já foram encaminhadas para a quimioterapia ou radioterapia. “Dependendo do estágio do câncer, o paciente será mais prejudicado se não comparecer ao hospital para a primeira consulta”, pontua, ao citar ainda um terceiro grupo que preocupa a equipe médica: pacientes que têm cirurgias agendadas e que estão cogitando ficar em casa por medo da disseminação do Covid-19. “Precisamos reafirmar constantemente que é possível cuidar bem de ambos os problemas.” Novos casosA apreensão de Roberto Fernandes é compartilhada pelo corpo clínico do HAJ. Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam o surgimento de 625 mil novos casos da doença em 2020. Destes, mais de 21 mil devem ser identificados em Goiás. Entre os homens, o mais comum (63%) é o câncer de próstata e entre as mulheres, o de mama (46%). 

Até mês passado, os corredores vazios vinham preocupando o  Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ). É que como reflexo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) houve uma queda de 30% no agendamento de consultas de 1ª vez, percentual que já se normalizou devido a uma campanha de conscientização que a unidade de saúde fez junto à imprensa. Na ocasião, cerca de 28% dos pacientes marcados não estavam comparecendo ao hospital – percentual preocupante pelo fato de que o aumento da mortalidade pela doença está diretamente ligado a demora entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico. Para não correr o risco do hospital voltar a ficar vazio, o presidente da ACCG, Claudio Cabral, alerta que o não-comparecimento pode diminuir as chances de vitória na briga contra o câncer. “Mesmo diante da determinação de quarentena a suspensão do tratamento oncológico não pode ser considerada uma opção”, defende, ao destacar que há cerca de três semanas o HAJ vem adotando medidas preventivas para proteger os pacientes que precisam se tratar, evitando a disseminação do novo coronavírus dentro das unidades de saúde. “Na intenção de evitar a aglomeração de pessoas, o ambiente foi todo preparado: as cadeiras estão bem separadas e os atendimentos foram divididos em faixas de horários ao longo do dia, garantindo que a saída do isolamento seja curta e segura, tudo dentro das recomendações”, garante Cabral. Além disso, todas as consultas de revisão periódica estão sendo reagendadas, as visitas aos pacientes internados foram suspensas e as regras para acompanhantes alteradas. Queda no movimentoMesmo assim, segundo o diretor técnico do HAJ, Roberto César Fernandes, a unidade de saúde vem sentindo uma diminuição gradativa no movimento do hospital. “Se por um lado sabemos que a população deve obedecer à quarentena, ficando em casa e se protegendo do vírus, é preciso alertar que, na luta contra o câncer, todo minuto conta. Uma única sessão de quimioterapia ou de radioterapia pode fazer diferença para o sucesso do tratamento, na busca pela cura da doença”, alerta. Fernandes ressalta que o foco do corpo clínico do HAJ são as pessoas em tratamento, sejam aquelas que estão iniciando ou as que já foram encaminhadas para a quimioterapia ou radioterapia. “Dependendo do estágio do câncer, o paciente será mais prejudicado se não comparecer ao hospital para a primeira consulta”, pontua, ao citar ainda um terceiro grupo que preocupa a equipe médica: pacientes que têm cirurgias agendadas e que estão cogitando ficar em casa por medo da disseminação do Covid-19. “Precisamos reafirmar constantemente que é possível cuidar bem de ambos os problemas.” Novos casosA apreensão de Roberto Fernandes é compartilhada pelo corpo clínico do HAJ. Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam o surgimento de 625 mil novos casos da doença em 2020. Destes, mais de 21 mil devem ser identificados em Goiás. Entre os homens, o mais comum (63%) é o câncer de próstata e entre as mulheres, o de mama (46%).