Até o final de 2020 mais 500 goianos serão diagnosticados com câncer de boca
![](https://abificc.org.br/wp-content/uploads/2020/06/caa77bfeaa5be7904efbefe37cee3610.jpeg)
Até 2020 mais de 15 mil novos casos de câncer de boca devem ser registrados no Brasil. Deste universo, estima-se que 460 sejam diagnosticados em Goiás. Os dados, que apontam um aumento em relação a 2018, são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chamam atenção pelo fato da doença estar diretamente relacionada ao tabagismo, hábito que veio perdendo força nos últimos 13 anos. O que mantém os índices oncológicos crescendo, porém, são outros fatores de risco, entre eles, o difícil acesso da população de baixa renda ao dentista e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na faringe, amígdala e língua.
Tendo em vista o Dia de Combate ao Câncer Bucal e o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ambos celebrados no próximo domingo (31), o oncologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), José Carlos de Oliveira, faz questão de listar outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a falta de cuidado com a saúde da boca de forma geral. “Muitos dos pacientes possuem próteses mal adaptadas, dentes em péssimo estado de conservação ou casos graves de gengivite”, pontua o especialista.
À frente do Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ, que só em 2020 já realizou quase 500 cirurgias, o oncologista explica que se diagnosticado precocemente o paciente que luta contra o câncer de boca tem 90% de chances de ser curado – percentual que caí para 40 quando a doença é descoberta tardiamente. “Uma parcela significativa já chega ao hospital com lesões avançadas, o que diminui muito as chances de sucesso no tratamento. Muito disso ocorre por falta de informação, de campanhas de conscientização e, é claro, pela demora no encaminhamento desse paciente para o serviço especializado, o que é feito pelas Secretaria Municipais de Saúde.”
Principais causas
Mesmo com o controle do tabagismo, que, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) cresceu 0,5% no último ano, José Carlos de Oliveira chama atenção para o risco dos outros tipos de consumo do tabaco, como cigarro de palha, narguilé e a exposição à fumaça (fumo passivo) – o que coloca no grupo de risco quem nunca fumou mas convive com um dependente. “Além disso, precisamos lembrar que, segundo o Inca, o câncer de pulmão está entre os dez tipos mais incidentes e deve atingir até o final de 2020, cerca de mil goianos, entre homens e mulheres.”
Outro fator que precisa ser levado em conta é a relação entre o câncer de orofaringe e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na amígdala e língua. Este último, encabeça a lista de diagnósticos no Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ. “Se precisássemos traçar um perfil dos nossos pacientes poderíamos dizer que eles são homens, pouco informados sobre a doença e com um histórico ruim de cuidados com a saúde bucal”, explica Oliveira.
Prevenir para não remediar
Tipo mais frequente no Setor de Cabeça e Pescoço (SCP) do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), o câncer de boca representa cerca de 40% dos atendimentos realizados no departamento, dividindo espaço com os cânceres de laringe e tireóide. Segundo o oncologista José Carlos de Oliveira os principais sintomas da doença são: feridas e dores persistentes na boca, aparecimento de nódulo ou espessamento na bochecha, irritação na garganta e dificuldade para mastigar, engolir e mover a mandíbula ou a língua.
“Mau hálito persistente, gânglios no pescoço e inchaço da mandíbula também devem ser observados com atenção”, explica o especialista, destacando que é possível prevenir e fazer o diagnóstico precoce de câncer bucal na cadeira do cirurgião-dentista. No HAJ, depois do diagnóstico, o paciente passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, o que inclui dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.
Fonte: ACCG
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Até 2020 mais de 15 mil novos casos de câncer de boca devem ser registrados no Brasil. Deste universo, estima-se que 460 sejam diagnosticados em Goiás. Os dados, que apontam um aumento em relação a 2018, são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chamam atenção pelo fato da doença estar diretamente relacionada ao tabagismo, hábito que veio perdendo força nos últimos 13 anos. O que mantém os índices oncológicos crescendo, porém, são outros fatores de risco, entre eles, o difícil acesso da população de baixa renda ao dentista e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na faringe, amígdala e língua.
Tendo em vista o Dia de Combate ao Câncer Bucal e o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ambos celebrados no próximo domingo (31), o oncologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), José Carlos de Oliveira, faz questão de listar outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a falta de cuidado com a saúde da boca de forma geral. “Muitos dos pacientes possuem próteses mal adaptadas, dentes em péssimo estado de conservação ou casos graves de gengivite”, pontua o especialista.
À frente do Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ, que só em 2020 já realizou quase 500 cirurgias, o oncologista explica que se diagnosticado precocemente o paciente que luta contra o câncer de boca tem 90% de chances de ser curado – percentual que caí para 40 quando a doença é descoberta tardiamente. “Uma parcela significativa já chega ao hospital com lesões avançadas, o que diminui muito as chances de sucesso no tratamento. Muito disso ocorre por falta de informação, de campanhas de conscientização e, é claro, pela demora no encaminhamento desse paciente para o serviço especializado, o que é feito pelas Secretaria Municipais de Saúde.”
Principais causas
Mesmo com o controle do tabagismo, que, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) cresceu 0,5% no último ano, José Carlos de Oliveira chama atenção para o risco dos outros tipos de consumo do tabaco, como cigarro de palha, narguilé e a exposição à fumaça (fumo passivo) – o que coloca no grupo de risco quem nunca fumou mas convive com um dependente. “Além disso, precisamos lembrar que, segundo o Inca, o câncer de pulmão está entre os dez tipos mais incidentes e deve atingir até o final de 2020, cerca de mil goianos, entre homens e mulheres.”
Outro fator que precisa ser levado em conta é a relação entre o câncer de orofaringe e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na amígdala e língua. Este último, encabeça a lista de diagnósticos no Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ. “Se precisássemos traçar um perfil dos nossos pacientes poderíamos dizer que eles são homens, pouco informados sobre a doença e com um histórico ruim de cuidados com a saúde bucal”, explica Oliveira.
Prevenir para não remediar
Tipo mais frequente no Setor de Cabeça e Pescoço (SCP) do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), o câncer de boca representa cerca de 40% dos atendimentos realizados no departamento, dividindo espaço com os cânceres de laringe e tireóide. Segundo o oncologista José Carlos de Oliveira os principais sintomas da doença são: feridas e dores persistentes na boca, aparecimento de nódulo ou espessamento na bochecha, irritação na garganta e dificuldade para mastigar, engolir e mover a mandíbula ou a língua.
“Mau hálito persistente, gânglios no pescoço e inchaço da mandíbula também devem ser observados com atenção”, explica o especialista, destacando que é possível prevenir e fazer o diagnóstico precoce de câncer bucal na cadeira do cirurgião-dentista. No HAJ, depois do diagnóstico, o paciente passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, o que inclui dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.
Fonte: ACCG