Até o final de 2020 mais 500 goianos serão diagnosticados com câncer de boca

Até o final de 2020 mais 500 goianos serão diagnosticados com câncer de boca

Difícil acesso ao dentista e aumento de casos de HPV estão na lista de fatores de risco

Até 2020 mais de 15 mil novos casos de câncer de boca devem ser registrados no Brasil. Deste universo, estima-se que 460 sejam diagnosticados em Goiás. Os dados, que apontam um aumento em relação a 2018, são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chamam atenção pelo fato da doença estar diretamente relacionada ao tabagismo, hábito que veio perdendo força nos últimos 13 anos. O que mantém os índices oncológicos crescendo, porém, são outros fatores de risco, entre eles, o difícil acesso da população de baixa renda ao dentista e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na faringe, amígdala e língua.


Tendo em vista o Dia de Combate ao Câncer Bucal e o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ambos celebrados no próximo domingo (31), o oncologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), José Carlos de Oliveira, faz questão de listar outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a falta de cuidado com a saúde da boca de forma geral. “Muitos dos pacientes possuem próteses mal adaptadas, dentes em péssimo estado de conservação ou casos graves de gengivite”, pontua o especialista.

À frente do Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ, que só em 2020 já realizou quase 500 cirurgias, o oncologista explica que se diagnosticado precocemente o paciente que luta contra o câncer de boca tem 90% de chances de ser curado – percentual que caí para 40 quando a doença é descoberta tardiamente. “Uma parcela significativa já chega ao hospital com lesões avançadas, o que diminui muito as chances de sucesso no tratamento. Muito disso ocorre por falta de informação, de campanhas de conscientização e, é claro, pela demora no encaminhamento desse paciente para o serviço especializado, o que é feito pelas Secretaria Municipais de Saúde.”


Principais causas


Mesmo com o controle do tabagismo, que, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) cresceu  0,5% no último ano, José Carlos de Oliveira chama atenção para o risco dos outros tipos de consumo do tabaco, como cigarro de palha, narguilé e a exposição à fumaça (fumo passivo) – o que coloca no grupo de risco quem nunca fumou mas convive com um dependente. “Além disso, precisamos lembrar que, segundo o Inca, o câncer de pulmão está entre os dez tipos mais incidentes e deve atingir até o final de 2020, cerca de mil goianos, entre homens e mulheres.”


Outro fator que precisa ser levado em conta é a relação entre o câncer de orofaringe e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na amígdala e língua. Este último, encabeça a lista de diagnósticos no Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ. “Se precisássemos traçar um perfil dos nossos pacientes poderíamos dizer que eles são homens, pouco informados sobre a doença e com um histórico ruim de cuidados com a saúde bucal”, explica Oliveira.

Prevenir para não remediar


Tipo mais frequente no Setor de Cabeça e Pescoço (SCP) do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), o câncer de boca representa cerca de 40% dos atendimentos realizados no departamento, dividindo espaço com os cânceres de laringe e tireóide. Segundo o oncologista José Carlos de Oliveira os principais sintomas da doença são: feridas e dores persistentes na boca, aparecimento de nódulo ou espessamento na bochecha, irritação na garganta e dificuldade para mastigar, engolir e mover a mandíbula ou a língua.


“Mau hálito persistente, gânglios no pescoço e inchaço da mandíbula também devem ser observados com atenção”, explica o especialista, destacando que é possível prevenir e fazer o diagnóstico precoce de câncer bucal na cadeira do cirurgião-dentista. No HAJ, depois do diagnóstico, o paciente passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, o que inclui dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

Fonte: ACCG

Difícil acesso ao dentista e aumento de casos de HPV estão na lista de fatores de risco

Até 2020 mais de 15 mil novos casos de câncer de boca devem ser registrados no Brasil. Deste universo, estima-se que 460 sejam diagnosticados em Goiás. Os dados, que apontam um aumento em relação a 2018, são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e chamam atenção pelo fato da doença estar diretamente relacionada ao tabagismo, hábito que veio perdendo força nos últimos 13 anos. O que mantém os índices oncológicos crescendo, porém, são outros fatores de risco, entre eles, o difícil acesso da população de baixa renda ao dentista e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na faringe, amígdala e língua.


Tendo em vista o Dia de Combate ao Câncer Bucal e o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ambos celebrados no próximo domingo (31), o oncologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), José Carlos de Oliveira, faz questão de listar outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a falta de cuidado com a saúde da boca de forma geral. “Muitos dos pacientes possuem próteses mal adaptadas, dentes em péssimo estado de conservação ou casos graves de gengivite”, pontua o especialista.

À frente do Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ, que só em 2020 já realizou quase 500 cirurgias, o oncologista explica que se diagnosticado precocemente o paciente que luta contra o câncer de boca tem 90% de chances de ser curado – percentual que caí para 40 quando a doença é descoberta tardiamente. “Uma parcela significativa já chega ao hospital com lesões avançadas, o que diminui muito as chances de sucesso no tratamento. Muito disso ocorre por falta de informação, de campanhas de conscientização e, é claro, pela demora no encaminhamento desse paciente para o serviço especializado, o que é feito pelas Secretaria Municipais de Saúde.”


Principais causas


Mesmo com o controle do tabagismo, que, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) cresceu  0,5% no último ano, José Carlos de Oliveira chama atenção para o risco dos outros tipos de consumo do tabaco, como cigarro de palha, narguilé e a exposição à fumaça (fumo passivo) – o que coloca no grupo de risco quem nunca fumou mas convive com um dependente. “Além disso, precisamos lembrar que, segundo o Inca, o câncer de pulmão está entre os dez tipos mais incidentes e deve atingir até o final de 2020, cerca de mil goianos, entre homens e mulheres.”


Outro fator que precisa ser levado em conta é a relação entre o câncer de orofaringe e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na amígdala e língua. Este último, encabeça a lista de diagnósticos no Setor de Cabeça e Pescoço (SPC) do HAJ. “Se precisássemos traçar um perfil dos nossos pacientes poderíamos dizer que eles são homens, pouco informados sobre a doença e com um histórico ruim de cuidados com a saúde bucal”, explica Oliveira.

Prevenir para não remediar


Tipo mais frequente no Setor de Cabeça e Pescoço (SCP) do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), o câncer de boca representa cerca de 40% dos atendimentos realizados no departamento, dividindo espaço com os cânceres de laringe e tireóide. Segundo o oncologista José Carlos de Oliveira os principais sintomas da doença são: feridas e dores persistentes na boca, aparecimento de nódulo ou espessamento na bochecha, irritação na garganta e dificuldade para mastigar, engolir e mover a mandíbula ou a língua.


“Mau hálito persistente, gânglios no pescoço e inchaço da mandíbula também devem ser observados com atenção”, explica o especialista, destacando que é possível prevenir e fazer o diagnóstico precoce de câncer bucal na cadeira do cirurgião-dentista. No HAJ, depois do diagnóstico, o paciente passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, o que inclui dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

Fonte: ACCG