Atenção para o uso de cigarro eletrônico!

Atenção para o uso de cigarro eletrônico!

A falsa sensação de segurança desse dispositivo esconde riscos que muitos não buscam conhecer antes de utilizá-lo

Vivemos a era do cigarro eletrônico. É mais ou menos o que acontecia sobretudo entre os anos 30 e 80, quando o cinema e a televisão mostravam que o ato de fumar o cigarro “comum” estava associado a um estilo de vida descolado, glamouroso e com uma boa pitada de rebeldia. Cigarro este que, ao longo dos anos, passou de acessório chique a vilão, acompanhado de fotos de pessoas com câncer, envelhecidas, doentes ou com disfunção erétil.

Eis que o cigarro ganhou novos ares em sua versão eletrônica, que, em 2006, tornou-se popular nos EUA e na Europa, prometendo redução de danos e auxílio a quem deseja parar de fumar, tudo isso embalado com essências de menta ou frutas.

Atualmente, os sabores variados e o equipamento moderno, semelhante a uma caneta ou pendrive, têm atraído cada vez mais jovens e adolescentes a experimentar o produto: o antigo status conferido pelo cigarro nas décadas passadas, agora, voltou em formato eletrônico, principalmente entre os mais jovens.

Mas, com a falsa sensação de segurança proporcionada pelo cigarro eletrônico, muitas pessoas não buscam conhecer quais são seus riscos:

Altas doses de nicotina

Assim como os adesivos, gomas de mascar e spray de nicotina, o cigarro eletrônico nasceu com o propósito de ser um mecanismo de entrega dessa substância para ajudar os fumantes a deixarem o tabagismo. Porém, o pod (cartucho com líquido para cigarro eletrônico) pode conter uma quantidade variável de nicotina, que é a responsável pela dependência química.

Segundo o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos), atualmente, a Juul é a marca de cigarro eletrônico mais vendida no mercado norte-americano. Todos os seus pods têm um alto índice de nicotina e alguns podem conter o equivalente a 20 cigarros comuns.

“Ou seja, quem deseja utilizar o cigarro eletrônico para parar de fumar não estará tragando a fumaça extremamente nociva do cigarro comum, mas precisará ter muita atenção para os altos níveis de nicotina que podem estar presentes nesses aparelhos”, comenta Jefferson Luiz Gross, head do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center.

Dados do CDC também mostram que, nos EUA, mais da metade dos jovens de 15 a 24 anos que utilizam o Juul não tinham conhecimento de que estavam consumindo um produto que contém nicotina.

Ausência de estudos científicos sobre os efeitos em longo prazo

Dr. Jefferson explica que é preciso traçar um paralelo entre a história do cigarro comum e a do eletrônico. “Nas primeiras décadas do século XX, os médicos recomendavam o tabaco para tratar ansiedade e depressão, por exemplo. Em curto prazo, não havia tantos efeitos. Demorou cerca de 40 anos, mais ou menos, para conhecer a dimensão dos problemas causados pelo cigarro”, explica.

Grande parte dos estudos publicados sobre cigarro eletrônico é recente, uma vez que sua popularização começou em 2006. Essas pesquisas, com uma avaliação de curto prazo, mostram diversas reduções de danos quando se compara o cigarro comum com o eletrônico.

“Porém, assim como mostra a história do tabagismo, somente com o tempo teremos um parâmetro sobre a segurança real deste dispositivo, quando usado corretamente e com produtos de fornecedores confiáveis”, comenta o Dr. Jefferson.

Não há níveis seguros para consumo do cigarro eletrônico

Em 2016, um estudo realizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ministério da Saúde – Instituto Nacional do Câncer (INCA) e pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS) concluiu que faltam evidências científicas sobre a segurança desses produtos.

Dr. Jefferson conta que “o potencial cancerígeno do cigarro convencional está presente nos produtos decorrentes da combustão do tabaco e das substâncias tóxicas adicionadas. Mas, embora alguns estudos mostrem que o cigarro eletrônico é uma forma de tratamento ou de redução de danos do tabagismo, não há segurança para o uso deste dispositivo. O ideal é não fumar ou vaporar.”

E-liquids falsificados

No Brasil, o uso de cigarro eletrônico não é proibido. Mas, devido à falta de evidências sobre a segurança do produto, a Anvisa proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Para atender a demanda, surge o mercado ilegal, com a oferta de e-liquids baratos e falsificados.

O e-liquid é uma mistura de substâncias utilizada no cigarro eletrônico que pode ser vaporizada facilmente, levando a nicotina até os pulmões. Com produtos falsificados, não há a garantia de pureza dos ingredientes da mistura ou de que não foram adicionados outros produtos não especificados e nocivos à saúde. 

Fique ligado

Há outras formas que podem auxiliar a parar de fumar. “O adesivo de nicotina, a goma de mascar e o spray nasal, associados a medicamentos e acompanhamento médico, são formas seguras e recomendadas para ajudar no combate ao tabagismo”, finaliza o Dr. Jefferson. 

A falsa sensação de segurança desse dispositivo esconde riscos que muitos não buscam conhecer antes de utilizá-lo

Vivemos a era do cigarro eletrônico. É mais ou menos o que acontecia sobretudo entre os anos 30 e 80, quando o cinema e a televisão mostravam que o ato de fumar o cigarro “comum” estava associado a um estilo de vida descolado, glamouroso e com uma boa pitada de rebeldia. Cigarro este que, ao longo dos anos, passou de acessório chique a vilão, acompanhado de fotos de pessoas com câncer, envelhecidas, doentes ou com disfunção erétil.

Eis que o cigarro ganhou novos ares em sua versão eletrônica, que, em 2006, tornou-se popular nos EUA e na Europa, prometendo redução de danos e auxílio a quem deseja parar de fumar, tudo isso embalado com essências de menta ou frutas.

Atualmente, os sabores variados e o equipamento moderno, semelhante a uma caneta ou pendrive, têm atraído cada vez mais jovens e adolescentes a experimentar o produto: o antigo status conferido pelo cigarro nas décadas passadas, agora, voltou em formato eletrônico, principalmente entre os mais jovens.

Mas, com a falsa sensação de segurança proporcionada pelo cigarro eletrônico, muitas pessoas não buscam conhecer quais são seus riscos:

Altas doses de nicotina

Assim como os adesivos, gomas de mascar e spray de nicotina, o cigarro eletrônico nasceu com o propósito de ser um mecanismo de entrega dessa substância para ajudar os fumantes a deixarem o tabagismo. Porém, o pod (cartucho com líquido para cigarro eletrônico) pode conter uma quantidade variável de nicotina, que é a responsável pela dependência química.

Segundo o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos), atualmente, a Juul é a marca de cigarro eletrônico mais vendida no mercado norte-americano. Todos os seus pods têm um alto índice de nicotina e alguns podem conter o equivalente a 20 cigarros comuns.

“Ou seja, quem deseja utilizar o cigarro eletrônico para parar de fumar não estará tragando a fumaça extremamente nociva do cigarro comum, mas precisará ter muita atenção para os altos níveis de nicotina que podem estar presentes nesses aparelhos”, comenta Jefferson Luiz Gross, head do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center.

Dados do CDC também mostram que, nos EUA, mais da metade dos jovens de 15 a 24 anos que utilizam o Juul não tinham conhecimento de que estavam consumindo um produto que contém nicotina.

Ausência de estudos científicos sobre os efeitos em longo prazo

Dr. Jefferson explica que é preciso traçar um paralelo entre a história do cigarro comum e a do eletrônico. “Nas primeiras décadas do século XX, os médicos recomendavam o tabaco para tratar ansiedade e depressão, por exemplo. Em curto prazo, não havia tantos efeitos. Demorou cerca de 40 anos, mais ou menos, para conhecer a dimensão dos problemas causados pelo cigarro”, explica.

Grande parte dos estudos publicados sobre cigarro eletrônico é recente, uma vez que sua popularização começou em 2006. Essas pesquisas, com uma avaliação de curto prazo, mostram diversas reduções de danos quando se compara o cigarro comum com o eletrônico.

“Porém, assim como mostra a história do tabagismo, somente com o tempo teremos um parâmetro sobre a segurança real deste dispositivo, quando usado corretamente e com produtos de fornecedores confiáveis”, comenta o Dr. Jefferson.

Não há níveis seguros para consumo do cigarro eletrônico

Em 2016, um estudo realizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ministério da Saúde – Instituto Nacional do Câncer (INCA) e pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS) concluiu que faltam evidências científicas sobre a segurança desses produtos.

Dr. Jefferson conta que “o potencial cancerígeno do cigarro convencional está presente nos produtos decorrentes da combustão do tabaco e das substâncias tóxicas adicionadas. Mas, embora alguns estudos mostrem que o cigarro eletrônico é uma forma de tratamento ou de redução de danos do tabagismo, não há segurança para o uso deste dispositivo. O ideal é não fumar ou vaporar.”

E-liquids falsificados

No Brasil, o uso de cigarro eletrônico não é proibido. Mas, devido à falta de evidências sobre a segurança do produto, a Anvisa proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. Para atender a demanda, surge o mercado ilegal, com a oferta de e-liquids baratos e falsificados.

O e-liquid é uma mistura de substâncias utilizada no cigarro eletrônico que pode ser vaporizada facilmente, levando a nicotina até os pulmões. Com produtos falsificados, não há a garantia de pureza dos ingredientes da mistura ou de que não foram adicionados outros produtos não especificados e nocivos à saúde. 

Fique ligado

Há outras formas que podem auxiliar a parar de fumar. “O adesivo de nicotina, a goma de mascar e o spray nasal, associados a medicamentos e acompanhamento médico, são formas seguras e recomendadas para ajudar no combate ao tabagismo”, finaliza o Dr. Jefferson.