Carnes e câncer: a vermelha é mais perigosa que a branca?
Entenda se algum dos tipos de proteína animal apresenta risco maior para o desenvolvimento de um tumor
Carnes e câncer: muita gente tem dúvidas em relação ao consumo dos diferentes tipos de proteína e o perigo de desenvolver um tumor.
Os estudos epidemiológicos feitos até agora não conseguem medir os riscos da carne vermelha e da carne branca separadamente quando elas são processadas.
“No entanto, quando olhamos para o consumo de carne, independentemente do processamento ou do preparo da proteína, o risco aumentado de câncer está mais associado com o consumo de carne vermelha”, explica o Dr. Victor Hugo Fonseca de Jesus, vice-líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo.
Preparo, o cuidado essencial
Alguns estudos correlacionam o radical heme, presente na carne vermelha – ele contém ferro e está associado à coloração da carne –, com um risco maior de câncer, pois o heme provoca a formação de mais radicais livres, que podem lesar o DNA.
Por outro lado, é importante salientar que a carne branca, quando preparada de maneira semelhante à usual para a carne vermelha, com cura ou defumação, apresenta riscos aumentados para o câncer.
É que, no processo de preparo da carne no churrasco, são gerados dois tipos de substâncias: as aminas policíclicas aromáticas (APA) e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA).
Estas substâncias, após serem metabolizadas no nosso organismo, geram compostos químicos que lesam o nosso DNA e que são mutagênicos.
“Assim sendo, não podemos negligenciar a importância do preparo das carnes no risco de desenvolver câncer. Ou seja, não adianta, simplesmente, mudar para a carne branca e manter os mesmos hábitos de preparo da proteína, como a defumação em um churrasco, pois isso será um equívoco”, analisa o Dr. Victor Hugo.
Solução: saiba como equilibrar a dieta
O mais importante é manter uma dieta balanceada.
“De forma alguma estes dados devem ser interpretados como uma evidência de que não se deva comer carne vermelha ou carne processada. Aqui, a palavra-chave é moderação. De maneira geral, deve-se evitar o consumo de carne vermelha ou processada mais de duas a três vezes por semana”, avisa o Dr. Victor Hugo.
Além disso, é importante privilegiar o consumo de frutas e vegetais. Adicionalmente, outros aspectos da dieta parecem tão relevantes quanto a carne.
“A obesidade é um fator de risco tão ou mais importante do que o consumo de carne para o desenvolvimento de câncer. Desta forma, não podemos nos descuidar com os doces ou alimentos muito ricos em carboidratos, pois estes também podem conferir indiretamente um risco aumentado de câncer”, finaliza o especialista.
“Independentemente do processamento ou do preparo da proteína, o risco aumentado de câncer está mais associado com o consumo de carne vermelha.”
Doutor: Victor Hugo Fonseca, vice-líder do CR em Tumores do Aparelho Digestivo Alto
Fonte: A.C Camargo
Entenda se algum dos tipos de proteína animal apresenta risco maior para o desenvolvimento de um tumor
Carnes e câncer: muita gente tem dúvidas em relação ao consumo dos diferentes tipos de proteína e o perigo de desenvolver um tumor.
Os estudos epidemiológicos feitos até agora não conseguem medir os riscos da carne vermelha e da carne branca separadamente quando elas são processadas.
“No entanto, quando olhamos para o consumo de carne, independentemente do processamento ou do preparo da proteína, o risco aumentado de câncer está mais associado com o consumo de carne vermelha”, explica o Dr. Victor Hugo Fonseca de Jesus, vice-líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo.
Preparo, o cuidado essencial
Alguns estudos correlacionam o radical heme, presente na carne vermelha – ele contém ferro e está associado à coloração da carne –, com um risco maior de câncer, pois o heme provoca a formação de mais radicais livres, que podem lesar o DNA.
Por outro lado, é importante salientar que a carne branca, quando preparada de maneira semelhante à usual para a carne vermelha, com cura ou defumação, apresenta riscos aumentados para o câncer.
É que, no processo de preparo da carne no churrasco, são gerados dois tipos de substâncias: as aminas policíclicas aromáticas (APA) e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA).
Estas substâncias, após serem metabolizadas no nosso organismo, geram compostos químicos que lesam o nosso DNA e que são mutagênicos.
“Assim sendo, não podemos negligenciar a importância do preparo das carnes no risco de desenvolver câncer. Ou seja, não adianta, simplesmente, mudar para a carne branca e manter os mesmos hábitos de preparo da proteína, como a defumação em um churrasco, pois isso será um equívoco”, analisa o Dr. Victor Hugo.
Solução: saiba como equilibrar a dieta
O mais importante é manter uma dieta balanceada.
“De forma alguma estes dados devem ser interpretados como uma evidência de que não se deva comer carne vermelha ou carne processada. Aqui, a palavra-chave é moderação. De maneira geral, deve-se evitar o consumo de carne vermelha ou processada mais de duas a três vezes por semana”, avisa o Dr. Victor Hugo.
Além disso, é importante privilegiar o consumo de frutas e vegetais. Adicionalmente, outros aspectos da dieta parecem tão relevantes quanto a carne.
“A obesidade é um fator de risco tão ou mais importante do que o consumo de carne para o desenvolvimento de câncer. Desta forma, não podemos nos descuidar com os doces ou alimentos muito ricos em carboidratos, pois estes também podem conferir indiretamente um risco aumentado de câncer”, finaliza o especialista.
“Independentemente do processamento ou do preparo da proteína, o risco aumentado de câncer está mais associado com o consumo de carne vermelha.”
Doutor: Victor Hugo Fonseca, vice-líder do CR em Tumores do Aparelho Digestivo Alto
Fonte: A.C Camargo