Como funciona o sistema
A incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde na rede pública é feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde. Essa comissão também é responsável pela constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e DiretrizesTerapêuticas (PCDT). A avaliação leva em conta aspectos como eficácia, efetividade e segurança da tecnologia, e avaliação econômica dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já existentes.
Clarice Petramale, diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde, que participou do Fórum Oncoguia e respondeu a questionamentos sobre a demora na incorparação de alguns medicamentos, garante que as decisões são sempre embasadas em critérios técnicos. “Não tem sido falta de recursos o motivo para não incorporar. É quando o custo daquela inovação não compensa o benefício que ela dá, quando esse benefício é muito pequeno ou incerto”, afirma.
Uma das críticas é a de que a lista de medicamentos incorporados pelo SUS não atende sequer o rol mínimo definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a doença. A última atualização da lista ocorreu no ano passado e inclui 16 novos medicamentos para o câncer, totalizando 46 fármacos voltados para o tratamento da doença.
Nosso Brasil enfrenta sérios problemas no atraso da incorporação de novas tecnologias quando diz respeito ao tratamento oncológico”, observa Nivaldo Farias Vieira, diretor da clínica OncoHematos. “O mesmo país que possui o tratamento de aids mais moderno e avançado do mundo, inteiramente oferecido pelo governo federal, sem nenhuma participação da iniciativa privada, ainda teima em discussões absolutamente obsoletas quando o tema é câncer e o aumento de sobrevida dos pacientes em tratamento oncológico”, completa.
Clarice Petramale rebate dizendo que a OMS também sugere o esforço conjunto entre os fabricantes e as nações para que os remédios sejam ofertados a preços acessíveis e adequados a realidades locais.“É claro que um país de primeiro mundo, que tem um PIB elevado e que está com uma economia em franco desenvolvimento, pode pagar mais do que um país que está em desenvolvimento, que ainda tem muitas demandas de outras doenças importantes para serem cuidadas e que, pior, está em recessão”, descreve. Para ela, diante desse cenário, seria necessário que as fabricantes oferecessem descontos nas propostas de incorporação ao SUS.
Ela concorda, no entanto, que o diálogo com todos os agentes envolvidos, inclusive com as associações de pacientes, é extremamente importante no sentido de garantir o objetivo comum: ajudar o país a ter um sistema de saúde público, universal, competente e possível.
Fonte: Correio Braziliense
A incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde na rede pública é feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde. Essa comissão também é responsável pela constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e DiretrizesTerapêuticas (PCDT). A avaliação leva em conta aspectos como eficácia, efetividade e segurança da tecnologia, e avaliação econômica dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já existentes.
Clarice Petramale, diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde, que participou do Fórum Oncoguia e respondeu a questionamentos sobre a demora na incorparação de alguns medicamentos, garante que as decisões são sempre embasadas em critérios técnicos. “Não tem sido falta de recursos o motivo para não incorporar. É quando o custo daquela inovação não compensa o benefício que ela dá, quando esse benefício é muito pequeno ou incerto”, afirma.
Uma das críticas é a de que a lista de medicamentos incorporados pelo SUS não atende sequer o rol mínimo definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a doença. A última atualização da lista ocorreu no ano passado e inclui 16 novos medicamentos para o câncer, totalizando 46 fármacos voltados para o tratamento da doença.
Nosso Brasil enfrenta sérios problemas no atraso da incorporação de novas tecnologias quando diz respeito ao tratamento oncológico”, observa Nivaldo Farias Vieira, diretor da clínica OncoHematos. “O mesmo país que possui o tratamento de aids mais moderno e avançado do mundo, inteiramente oferecido pelo governo federal, sem nenhuma participação da iniciativa privada, ainda teima em discussões absolutamente obsoletas quando o tema é câncer e o aumento de sobrevida dos pacientes em tratamento oncológico”, completa.
Clarice Petramale rebate dizendo que a OMS também sugere o esforço conjunto entre os fabricantes e as nações para que os remédios sejam ofertados a preços acessíveis e adequados a realidades locais.“É claro que um país de primeiro mundo, que tem um PIB elevado e que está com uma economia em franco desenvolvimento, pode pagar mais do que um país que está em desenvolvimento, que ainda tem muitas demandas de outras doenças importantes para serem cuidadas e que, pior, está em recessão”, descreve. Para ela, diante desse cenário, seria necessário que as fabricantes oferecessem descontos nas propostas de incorporação ao SUS.
Ela concorda, no entanto, que o diálogo com todos os agentes envolvidos, inclusive com as associações de pacientes, é extremamente importante no sentido de garantir o objetivo comum: ajudar o país a ter um sistema de saúde público, universal, competente e possível.
Fonte: Correio Braziliense