Garantindo qualidade de vida

Garantindo qualidade de vida

Ouvir o diagnóstico de câncer não é fácil, e os desafios aumentam à medida que o tratamento avança. Um dos principais deles é a dor, que faz parte da rotina diária de grande parte desses pacientes — às vezes, até mesmo depois de curados. Apesar de o objetivo central normalmente ser o de eliminar as células cancerígenas que estão causando a doença, é importante levar em consideração também esse aspecto e incluir nos cuidados o controle do incômodo causado pela medicação e pelos procedimentos necessários, com foco na qualidade de vida.

Levantamento feito pelo Instituto Oncoguia, em 2015, identificou que a dor crônica afetou a disposição de 89% dos pacientes oncológicos que responderam ao questionário. Mais de 80% relataram que a dor afetou o desempenho no trabalho, muitas vezes levando à perda do emprego. Quando questionados sobre qual palavra descreveria melhor a convivência com esse sintoma os resultados foram: desânimo (40,4%), angústia(35,6%) e desespero (17,5%). Além disso, 52% dos entrevistados atribuíram à persistência da dor o surgimento de outros problemas de saúde, como depressão, ansiedade e aumento de doenças crônicas e obesidade.

Existem tratamentos específicos que podem ajudar na melhora da qualidadede vida do paciente.Apresidentedo Instituto Oncoguia,Luciana Holtz, destaca que profissionais como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, nutricionistas e dentistas têm muito a contribuir nesse contexto. Os tratamentos dentários, inclusive, podem desempenhar papel essencial, ajudando a combater efeitos colaterais das medicações.

“De maneira geral, seria muito bacana que todo paciente pudesse ter esse olhar. É importante, em algum momento, ele poder contar com apoio psicológico, ter esse espaço para compartilhar experiências, pois passa por muitos altos e baixos”, afirma Luciana. Muitos oncologistas também têm estimulado pacientes a fazerem exercícios físicos para combater a fadiga. “A grande discussão é o acesso. Infelizmente, isso não está disponível de forma ampla no SUS”, ressalva Luciana. “Mas, se o paciente for atrás, pode encontrar grupos de apoio, por exemplo”, conclui. Todo hospital público deve oferecer, dentro desse atendimento multidisciplinar, ao menos o apoio psicológico e de assitência social.

Medicação

Segundo Maria del Pilar Diz, coordenadora da Oncologia Clínica do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), os opioides, como a morfina, são drogas essenciais no tratamento da dor relacionada ao câncer. No entanto, o uso delas no Brasil ainda é baixo. “A dor é um sintoma muito frequente. Não é uma sentença de morte. Há muitos casos de dores fortes possíveis de serem tratadas de uma maneira segura”, explica.

A especialista defende a definição de protocolos claros de tratamento da dor ,mas acredita que a regulação não deva constituir uma barreira. Para ela, o tratamento de câncer não deve estar baseado no antagonismo entre cura e conforto, mas no sinergismo dos dois.

Fonte: Correio Braziliense

Ouvir o diagnóstico de câncer não é fácil, e os desafios aumentam à medida que o tratamento avança. Um dos principais deles é a dor, que faz parte da rotina diária de grande parte desses pacientes — às vezes, até mesmo depois de curados. Apesar de o objetivo central normalmente ser o de eliminar as células cancerígenas que estão causando a doença, é importante levar em consideração também esse aspecto e incluir nos cuidados o controle do incômodo causado pela medicação e pelos procedimentos necessários, com foco na qualidade de vida.

Levantamento feito pelo Instituto Oncoguia, em 2015, identificou que a dor crônica afetou a disposição de 89% dos pacientes oncológicos que responderam ao questionário. Mais de 80% relataram que a dor afetou o desempenho no trabalho, muitas vezes levando à perda do emprego. Quando questionados sobre qual palavra descreveria melhor a convivência com esse sintoma os resultados foram: desânimo (40,4%), angústia(35,6%) e desespero (17,5%). Além disso, 52% dos entrevistados atribuíram à persistência da dor o surgimento de outros problemas de saúde, como depressão, ansiedade e aumento de doenças crônicas e obesidade.

Existem tratamentos específicos que podem ajudar na melhora da qualidadede vida do paciente.Apresidentedo Instituto Oncoguia,Luciana Holtz, destaca que profissionais como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, nutricionistas e dentistas têm muito a contribuir nesse contexto. Os tratamentos dentários, inclusive, podem desempenhar papel essencial, ajudando a combater efeitos colaterais das medicações.

“De maneira geral, seria muito bacana que todo paciente pudesse ter esse olhar. É importante, em algum momento, ele poder contar com apoio psicológico, ter esse espaço para compartilhar experiências, pois passa por muitos altos e baixos”, afirma Luciana. Muitos oncologistas também têm estimulado pacientes a fazerem exercícios físicos para combater a fadiga. “A grande discussão é o acesso. Infelizmente, isso não está disponível de forma ampla no SUS”, ressalva Luciana. “Mas, se o paciente for atrás, pode encontrar grupos de apoio, por exemplo”, conclui. Todo hospital público deve oferecer, dentro desse atendimento multidisciplinar, ao menos o apoio psicológico e de assitência social.

Medicação

Segundo Maria del Pilar Diz, coordenadora da Oncologia Clínica do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), os opioides, como a morfina, são drogas essenciais no tratamento da dor relacionada ao câncer. No entanto, o uso delas no Brasil ainda é baixo. “A dor é um sintoma muito frequente. Não é uma sentença de morte. Há muitos casos de dores fortes possíveis de serem tratadas de uma maneira segura”, explica.

A especialista defende a definição de protocolos claros de tratamento da dor ,mas acredita que a regulação não deva constituir uma barreira. Para ela, o tratamento de câncer não deve estar baseado no antagonismo entre cura e conforto, mas no sinergismo dos dois.

Fonte: Correio Braziliense