NEP: A esperança de uma vacina para tratar o câncer colorretal

NEP: A esperança de uma vacina para tratar o câncer colorretal

No texto anterior falamos sobre a importância do diagnóstico precoce como um dos principais aliados para a cura do câncer colorretal. Agora vamos falar sobre um grande avanço da ciência na busca de tratamentos mais eficientes e menos agressivos do que a quimioterapia e a radioterapia convencionais, utilizadas na grande maioria dos casos.

Recentemente, um grupo de pesquisadores da Alemanha publicou resultados promissores da aplicação de uma vacina protetiva contra o câncer colorretal hereditário em camundongos. Esse tipo de câncer colorretal corresponde a cerca de 3% dos casos (1 em cada 30) e é causado por uma síndrome hereditária chamada Síndrome de Lynch.

Neste estudo, cientistas do Hospital Universitário de Heidelberg, na Alemanha, identificaram que muitos pacientes com essa síndrome possuíam mutações idênticas no DNA da célula cancerígena. “O mais interessante é que quatro dessas mutações tinham a capacidade de fazer com que as células de defesa do próprio organismo atacassem o tumor”; conta Dra. Carolina Melo, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Translacional do Núcleo de Estudo e Pesquisa (NEP).

Eles então desenvolveram uma vacina com proteínas contendo essas mutações para ser testada em camundongos. Segundo a Dra. Carolina, é como se a vacina mostrasse às células de defesa do camundongo quais são as células defeituosas que devem ser eliminadas e assim elas atacam o câncer assim que ele surge.

“Os camundongos vacinados sobreviveram mais e apresentaram um tumor significativamente menor do que os não vacinados. Foi a primeira vez que testes em ser vivo mostraram ser possível atrasar o desenvolvimento do câncer colorretal hereditário com uma vacina desenvolvida a partir das mutações encontradas na célula cancerígena”; ressalta a pesquisadora.

Testes clínicos que demonstram a segurança e a eficácia imunológica dessa vacinação em humanos já foram concluídos com sucesso, em um hospital em Frankfurt, também na Alemanha, e nos próximos anos saberemos se ela será capaz de prevenir tumores e prolongar a sobrevida dos pacientes.

A ciência e a medicina estão fazendo a sua parte na busca de formas mais eficientes de se tratar e prevenir o câncer colorretal. Faça você também a sua! Previna-se! Faça seus exames de rotina de acordo com a orientação médica, tenha hábitos alimentares saudáveis, pratique exercícios. Cuide-se!

  • Texto escrito pela Dra, Carolina Melo, PhD em genética humana, que trabalha há mais 10 anos na pesquisa em oncologia e, atualmente, é parte da equipe de pesquisadores do NEP.

Fonte: Mario Penna

No texto anterior falamos sobre a importância do diagnóstico precoce como um dos principais aliados para a cura do câncer colorretal. Agora vamos falar sobre um grande avanço da ciência na busca de tratamentos mais eficientes e menos agressivos do que a quimioterapia e a radioterapia convencionais, utilizadas na grande maioria dos casos.

Recentemente, um grupo de pesquisadores da Alemanha publicou resultados promissores da aplicação de uma vacina protetiva contra o câncer colorretal hereditário em camundongos. Esse tipo de câncer colorretal corresponde a cerca de 3% dos casos (1 em cada 30) e é causado por uma síndrome hereditária chamada Síndrome de Lynch.

Neste estudo, cientistas do Hospital Universitário de Heidelberg, na Alemanha, identificaram que muitos pacientes com essa síndrome possuíam mutações idênticas no DNA da célula cancerígena. “O mais interessante é que quatro dessas mutações tinham a capacidade de fazer com que as células de defesa do próprio organismo atacassem o tumor”; conta Dra. Carolina Melo, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Translacional do Núcleo de Estudo e Pesquisa (NEP).

Eles então desenvolveram uma vacina com proteínas contendo essas mutações para ser testada em camundongos. Segundo a Dra. Carolina, é como se a vacina mostrasse às células de defesa do camundongo quais são as células defeituosas que devem ser eliminadas e assim elas atacam o câncer assim que ele surge.

“Os camundongos vacinados sobreviveram mais e apresentaram um tumor significativamente menor do que os não vacinados. Foi a primeira vez que testes em ser vivo mostraram ser possível atrasar o desenvolvimento do câncer colorretal hereditário com uma vacina desenvolvida a partir das mutações encontradas na célula cancerígena”; ressalta a pesquisadora.

Testes clínicos que demonstram a segurança e a eficácia imunológica dessa vacinação em humanos já foram concluídos com sucesso, em um hospital em Frankfurt, também na Alemanha, e nos próximos anos saberemos se ela será capaz de prevenir tumores e prolongar a sobrevida dos pacientes.

A ciência e a medicina estão fazendo a sua parte na busca de formas mais eficientes de se tratar e prevenir o câncer colorretal. Faça você também a sua! Previna-se! Faça seus exames de rotina de acordo com a orientação médica, tenha hábitos alimentares saudáveis, pratique exercícios. Cuide-se!

  • Texto escrito pela Dra, Carolina Melo, PhD em genética humana, que trabalha há mais 10 anos na pesquisa em oncologia e, atualmente, é parte da equipe de pesquisadores do NEP.

Fonte: Mario Penna