O impacto da pandemia no tratamento oncológico

O impacto da pandemia no tratamento oncológico

Diante da pandemia da Covid-19, em meio à realidade do tratamento oncológico o Hospital do Câncer de Muriaé se mostra preparado para ambos

Em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia de COVID-19. No dia 20 do mesmo mês o Ministério da Saúde confirmou estado de transmissão comunitária em todo território brasileiro. Após completar 1 ano desde que a sociedade e as lideranças competentes se mobilizaram na luta contra o coronavírus, o que se pode registrar nesta data onde nada se tem para comemorar são lembranças remotas de uma rotina que acontecera antes de todas as precauções de combate, e porque não, o futuro que aguarda a todos, pautados no otimismo e na esperança tipicamente brasileiros.

Enquanto o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de doses da vacina contra o Covid-19 aplicadas, segundo dados do Our World in Data, hospitais e unidades de saúde se mobilizam para distribuição das doses de maneira adequada e com objetivo coletivo de imunização em massa, na corrida contra a assertividade de contaminação do vírus.

Fato é que ainda não se conhece maneira mais eficaz de combate à pandemia do que a informação, e a participação da sociedade na disseminação de boas práticas.

O que antes se via como artigo exclusivo do visual de médicos, enfermeiros e profissionais atuantes nas áreas assistenciais hoje faz parte do look de todos que têm preocupação consigo e com quem está próximo: A máscara. Item que a poucos meses boa parte da população jamais imaginaria usar diariamente, hoje não dá outra, tá na boca do povo! E não só na boca não, viu? É importante lembrar que para que seja eficaz, a máscara deve cobrir tanto o nariz quanto a boca por completo, e sem nenhuma folga, já que o objetivo é justamente o bloqueio de gotículas e quaisquer outros agentes que possam ser carregados a partir da respiração, que teriam livre acesso sem a inibição da mais nova peça, que é a última moda por sinal.

O distanciamento social e a responsabilidade de cada cidadão em relação aos locais com que frequenta continuam sendo aliados às boas práticas e têm impacto direto não só na vida de cada indivíduo, como costuma-se pensar, como também na qualidade de vida de todos. Os gastos governamentais destinados neste período ao combate da Covid-19 fazem com que recursos que ora seriam canalizados a outros setores sejam empregados à emergência momentânea, o que impacta direta e indiretamente núcleos como educação, saneamento, cultura, turismo.

Partindo para uma visão pouco mais localizada, se há impacto na distribuição financeira em todas as esferas governamentais por conta dos gastos gerados pela pandemia, num contexto hospitalar o impacto só não é maior pelo planejamento estratégico que há desde sempre para momentos de maior demanda clínica e, por consequência, de gestão administrativa.

“Desde o início nós nos colocamos [em ação]. Fomos a primeira unidade pronta aqui da região. A gente se antecipou e deixou a unidade toda pronta. Estávamos com a equipe armada e toda pronta pra começar no momendo que a gente ‘startasse’ essa equipe. A gente sempre se posicionou junto ao estado, nossa referência de oncologia, entendendo que o paciente oncológico com covid que fosse de todas as cidades próximas as quais nós somos referência.” afirma o médico e coordenador do corpo clínico do Hospital do câncer Dr. Bruno Licy. De acordo com o infectologista, o trabalho de pesquisa e apuração antes mesmo de que a pandemia chegasse na região foi fundamental para a estruturação do hospital. “Do ponto de vista operacional nós montamos um comitê do Covid, um comitê de crise inicial, onde eu também ficava em contato com vários colegas não só daqui, mas com colegas que estavam fora do país, entendendo e me antevendo ao o que eles estavam passando lá pra que a gente pudesse se organizar. Então a instituição se organizou dessa forma, do ponto de vista de fluxo, do ponto de vista de treinamento… A competência de treinamentos não só de médicos, mas de todo corpo assistencial, corpo administrativo, dos colaboradores de apoio, recepcionistas. E nós pudemos fazer todo esse treinamento antes que a gente começasse a lidar com os primeiros casos.”

Segundo Carolina Dias, enfermeira responsável pela Unidade de Atendimento Respiratório (UAR) da Fundação Cristiano Varella – ala do Hospital do Câncer que foi inaugurada em Abril de 2020 para atendimento exclusivo a paciente com crises pulmonares – o setor contou desde o início das atividades com atuação de 10 profissionais simultaneamente, sendo em regime de plantão 4 enfermeiras responsáveis, além da disponibilidade de 18 leitos. Toda esta estrutura, bem como os profissionais como já ocorria, serão realocados para tratamento oncológico em período pós-pandêmico.

Outro índice a ser revisado neste período é o rastreamento de novos casos e a prevenção de pacientes com predisposição ao desenvolvimento de casos oncológicos, como histórico familiar; trabalho esse feito pelo setor de Campanha de Prevenção do Hospital do Câncer, com a unidade móvel de exames que realiza visitas a municípios de Minas Gerais desde 2014. Desde março de 2020 inúmeros moradores que antes eram atendidos pelo serviço anualmente não têm a “Carreta da Fundação” (como é popularmente chamada) estacionada em sua cidade. É certo afirmar que houve severas mudanças nos protocolos de exames e condutas afins, com objetivo de que se mantivessem os atendimentos, como registram documentos enviados às secretarias municipais de saúde, mas, ainda assim, ora por decreto estadual, ora por princípio individual das lideranças locais, 17 cidades pactuadas não tiveram atendimento da unidade móvel de prevenção da FCV no ano passado, e neste primeiro trimestre de 2021, são 2 os municípios que tiveram suas campanhas cancelas por causalidade da Onda Roxa estipulada pelo governo estadual. Quanto aos exames, o quantitativo de PSA teve queda aproximada de 74,36 % em relação ao ano de 2019.

O tempo é inimigo do tratamento

“Desde o início, bem no início a gente já se prontificou em organizar dentro da instituição um ambiente em que a gente não misturasse os fluxos, em que a gente deixasse o hospital livre de covid porque a gente sabia que tava diante de uma situação em que poderia atrapalhar o tratamento dos pacientes oncológicos.” Relata Bruno  Licy, sobre a estruturação do hospital e a preocupação em trazer segurança aos pacientes em tratamento do câncer para que não houvessem desistências ou qualquer tipo de absenteísmo em consultas e afins.

Fonte: FCV

Diante da pandemia da Covid-19, em meio à realidade do tratamento oncológico o Hospital do Câncer de Muriaé se mostra preparado para ambos

Em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia de COVID-19. No dia 20 do mesmo mês o Ministério da Saúde confirmou estado de transmissão comunitária em todo território brasileiro. Após completar 1 ano desde que a sociedade e as lideranças competentes se mobilizaram na luta contra o coronavírus, o que se pode registrar nesta data onde nada se tem para comemorar são lembranças remotas de uma rotina que acontecera antes de todas as precauções de combate, e porque não, o futuro que aguarda a todos, pautados no otimismo e na esperança tipicamente brasileiros.

Enquanto o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de doses da vacina contra o Covid-19 aplicadas, segundo dados do Our World in Data, hospitais e unidades de saúde se mobilizam para distribuição das doses de maneira adequada e com objetivo coletivo de imunização em massa, na corrida contra a assertividade de contaminação do vírus.

Fato é que ainda não se conhece maneira mais eficaz de combate à pandemia do que a informação, e a participação da sociedade na disseminação de boas práticas.

O que antes se via como artigo exclusivo do visual de médicos, enfermeiros e profissionais atuantes nas áreas assistenciais hoje faz parte do look de todos que têm preocupação consigo e com quem está próximo: A máscara. Item que a poucos meses boa parte da população jamais imaginaria usar diariamente, hoje não dá outra, tá na boca do povo! E não só na boca não, viu? É importante lembrar que para que seja eficaz, a máscara deve cobrir tanto o nariz quanto a boca por completo, e sem nenhuma folga, já que o objetivo é justamente o bloqueio de gotículas e quaisquer outros agentes que possam ser carregados a partir da respiração, que teriam livre acesso sem a inibição da mais nova peça, que é a última moda por sinal.

O distanciamento social e a responsabilidade de cada cidadão em relação aos locais com que frequenta continuam sendo aliados às boas práticas e têm impacto direto não só na vida de cada indivíduo, como costuma-se pensar, como também na qualidade de vida de todos. Os gastos governamentais destinados neste período ao combate da Covid-19 fazem com que recursos que ora seriam canalizados a outros setores sejam empregados à emergência momentânea, o que impacta direta e indiretamente núcleos como educação, saneamento, cultura, turismo.

Partindo para uma visão pouco mais localizada, se há impacto na distribuição financeira em todas as esferas governamentais por conta dos gastos gerados pela pandemia, num contexto hospitalar o impacto só não é maior pelo planejamento estratégico que há desde sempre para momentos de maior demanda clínica e, por consequência, de gestão administrativa.

“Desde o início nós nos colocamos [em ação]. Fomos a primeira unidade pronta aqui da região. A gente se antecipou e deixou a unidade toda pronta. Estávamos com a equipe armada e toda pronta pra começar no momendo que a gente ‘startasse’ essa equipe. A gente sempre se posicionou junto ao estado, nossa referência de oncologia, entendendo que o paciente oncológico com covid que fosse de todas as cidades próximas as quais nós somos referência.” afirma o médico e coordenador do corpo clínico do Hospital do câncer Dr. Bruno Licy. De acordo com o infectologista, o trabalho de pesquisa e apuração antes mesmo de que a pandemia chegasse na região foi fundamental para a estruturação do hospital. “Do ponto de vista operacional nós montamos um comitê do Covid, um comitê de crise inicial, onde eu também ficava em contato com vários colegas não só daqui, mas com colegas que estavam fora do país, entendendo e me antevendo ao o que eles estavam passando lá pra que a gente pudesse se organizar. Então a instituição se organizou dessa forma, do ponto de vista de fluxo, do ponto de vista de treinamento… A competência de treinamentos não só de médicos, mas de todo corpo assistencial, corpo administrativo, dos colaboradores de apoio, recepcionistas. E nós pudemos fazer todo esse treinamento antes que a gente começasse a lidar com os primeiros casos.”

Segundo Carolina Dias, enfermeira responsável pela Unidade de Atendimento Respiratório (UAR) da Fundação Cristiano Varella – ala do Hospital do Câncer que foi inaugurada em Abril de 2020 para atendimento exclusivo a paciente com crises pulmonares – o setor contou desde o início das atividades com atuação de 10 profissionais simultaneamente, sendo em regime de plantão 4 enfermeiras responsáveis, além da disponibilidade de 18 leitos. Toda esta estrutura, bem como os profissionais como já ocorria, serão realocados para tratamento oncológico em período pós-pandêmico.

Outro índice a ser revisado neste período é o rastreamento de novos casos e a prevenção de pacientes com predisposição ao desenvolvimento de casos oncológicos, como histórico familiar; trabalho esse feito pelo setor de Campanha de Prevenção do Hospital do Câncer, com a unidade móvel de exames que realiza visitas a municípios de Minas Gerais desde 2014. Desde março de 2020 inúmeros moradores que antes eram atendidos pelo serviço anualmente não têm a “Carreta da Fundação” (como é popularmente chamada) estacionada em sua cidade. É certo afirmar que houve severas mudanças nos protocolos de exames e condutas afins, com objetivo de que se mantivessem os atendimentos, como registram documentos enviados às secretarias municipais de saúde, mas, ainda assim, ora por decreto estadual, ora por princípio individual das lideranças locais, 17 cidades pactuadas não tiveram atendimento da unidade móvel de prevenção da FCV no ano passado, e neste primeiro trimestre de 2021, são 2 os municípios que tiveram suas campanhas cancelas por causalidade da Onda Roxa estipulada pelo governo estadual. Quanto aos exames, o quantitativo de PSA teve queda aproximada de 74,36 % em relação ao ano de 2019.

O tempo é inimigo do tratamento

“Desde o início, bem no início a gente já se prontificou em organizar dentro da instituição um ambiente em que a gente não misturasse os fluxos, em que a gente deixasse o hospital livre de covid porque a gente sabia que tava diante de uma situação em que poderia atrapalhar o tratamento dos pacientes oncológicos.” Relata Bruno  Licy, sobre a estruturação do hospital e a preocupação em trazer segurança aos pacientes em tratamento do câncer para que não houvessem desistências ou qualquer tipo de absenteísmo em consultas e afins.

Fonte: FCV